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Economia

A uma semana da nova reunião do Comitê de Política Monetária (COPOM) do Banco Central (BC) - na próxima 4ª feira - recomeça a pressão de sempre do mercado e dos rentistas por aumento de juros. Nem a tática muda. Dia sim e no outro também a imprensa brasileira (Folha de São Paulo à frente), através de seus economistas e especialistas escolhidos a dedo para tratar do tema - invariavelmente os mesmos de sempre - começam a clamar por juros altos.

O jornal da Barão de Limeira (Folhão), então, tem arrumado uns analistas do mercado que cobram elevação da taxa Selic não só na reunião daqui a uma semana, como em todas as que ocorrerem até o final deste ano. É o desespero deles de que se chegue ao final de 2011 e a Selic não esteja em 13% como eles sonham.

A ladainha não muda: a elevação da Selic, dizem, é a única alternativa para entrarmos em 2012 com a inflação estabilizada e sem riscos de recrudescimento. Por isso, precisariam ser ainda maiores no 2º semestre deste ano. Esta análise, como já afirmei aqui centenas de vezes, obedece à visão de que "o único instrumento para conter a inflação é o aumento dos juros".

Esse ponto de vista desconsidera o efeito nocivo que o aumento das taxas tem na nossa dívida pública, no crescimento econômico e do emprego e da renda no nosso país. O fato, meus caros, é que temos os maiores juros do mundo e as consequências desastrosas disto, todos vocês conhecem. O que precisamos não é o aumento dos juros, pelo contrário, é sua queda porque eles estrangulam, e muito, o nosso desenvolvimento.

Basta observamos a situação mundial e a guerra cambial em curso, ambas produto da política monetária dos Estados Unidos e da China, para concluirmos que vivemos em uma situação excepcional no panorama internacional. Uma situação nova e que exige criatividade, audácia e estratégia de longo prazo. E, principalmente, ousadia.
Zé Dirceu

Administração

[...] no varejo


Desde que foi privatizada, a Companhia Vale do Rio Doce, hoje simplesmente Vale, é uma empresa privada. Com participação acionária do governo, por meio dos braços estatais deste.

Nas semanas recentes, um acordo entre os acionistas deu na troca do executivo-chefe da Vale. Para chegar ao acordo, cada acionista desembainhou as armas disponíveis. No fim o banco privado achou por bem atender ao desejo do sócio poderoso.

Deu prioridade à convivência frutífera, em vez de se agarrar ao poder absoluto na Vale. Havia outros -e tão significativos quanto- interesses em jogo.

Não sou acionista da Vale, e portanto prefiro não opinar se o presidente deveria ter permanecido ou se a troca foi boa. Afinal, a empresa é privada e, portanto, a administração é assunto dos acionistas.

Consumado o desfecho interno, o debate talvez devesse buscar outro ponto. O que é melhor para o Brasil? A Vale buscar principalmente lucratividade? Ou ajudar a melhorar o valor do produto, a agregar valor, inclusive às exportações?

É um debate complexo. Agora mesmo a Petrobras está às voltas com uma função de duas variáveis. Como atingir as metas de aumento da produção e combinar isso com a desejada participação nacional nos meios produtivos da cadeia do petróleo.

É bom que a Vale exporte minério? É ótimo, ajuda a balança comercial, rende impostos, cria empregos. É bom que a empresa agregue valor ao produto? É excelente, o Brasil precisa disso para ficar menos vulnerável às flutuações das commodities. E o Brasil precisa de mais indústria, não menos.

Onde está então o problema? Ele aparece quando as ideias e declarações de intenções precisam ser concretizadas em atos. A palavra está desgastada, mas o desafio está na gestão.

O que os acionistas querem da Vale? Esse sim é um assunto de dimensão nacional.

Sobre gestão, aliás, os últimos dias na economia transmitem a impressão de um gerenciamento caso a caso, uma administração no varejo. 

O ministério da Fazenda corre atrás do câmbio, sem grande sucesso. O Banco Central trava o cabo de guerra com o mercado financeiro em torno das expectativas para a inflação, com resultados ainda em aberto, na melhor das hipóteses.

Agora é o etanol, e o governo acena com a taxação das exportações de açúcar. Para não faltar o álcool, que até ontem era a salvação da pátria.

Economia

Os analistas econômicos acabam de ganhar uma importante ferramenta de avaliação da economia. O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) lançou hoje a primeira edição do Sensor Econômico, um boletim mensal onde 30 entidades do setor empresarial registram suas expectativa de indicadores econômicos e sociais. Até agora, o que havia de previsão eram apenas os boletins Focus, do Banco Central, que captava as expectativas do mercado financeiro. E o mercado financeiro, vocês sabem, não prega prego sem estopa.

Os dados mais importantes revelados na primeira pesquisa são todos mais positivos que as previsões dos agentes financeiros registradas no Focus: a inflação ficaria em 5,9% 5, o PIB cresceria 4,5% (no Focus, a previsão é 4%) e a geração de novos empregos alcançaria 2 milhões de novos postos de trabalho, contra 2,4 milhões no ano passado, o melhor ano desde que a criação de novos empregos passou a ser medida.
Com o emprego “bombando”, o país tem que dar cada vez mais atenção à educação, pois as próprias empresas estão apontando a falta de profissionais qualificados para ocupar as vagas abertas. Pesquisa realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e divulgada hoje mostra que 94% das empresas consultadas aponta a contração de operadores e técnicos como sua maior dificuldade.
Além da qualidade da educação geral – e hoje o STJ julga o pedido de inconstitucionalidade da lei do piso salarial dos professores, um absurdo! – é preciso atacar a questão do ensino profissional, imediatamente. Se algumas empresas – especialmente a Petrobras, com o Prominp – estão fazendo a sua parte, o setor empresarial como um todo tem de engajar o Senai e o Senac numa cruzada de qualificação  de mão de obra, e já. Os cursos – muito bons – de ambas as instituições têm, em geral, um custo proibitivo para os trabalhadores mais pobres.

Editorial do jornal VALOR

Superávit cresce e as contas públicas voltam à ‘normalidade’

O ano começou com notícias promissoras no front fiscal, um dos pilares da política de combate à inflação. Em fevereiro, o setor público consolidado (União, Estados e municípios e estatais) gerou superávit primário (conceito que exclui os juros da dívida) recorde para aquele mês – R$ 7,913 bilhões, o maior da série histórica, iniciada em 2001.
É verdade que o esforço fiscal de fevereiro foi puxado pelos governos estaduais, que economizaram R$ 4,323 bilhões, 54,6% do superávit total. Em janeiro tomaram posse os novos governadores, que, agora, estão arrumando a casa depois do ano eleitoral, período em que, tradicionalmente, os gastos sobem de forma vertiginosa. Embora possa se questionar a qualidade do superávit, para o controle da inflação o que importa é o efeito do corte de gastos públicos sobre a demanda agregada da economia.
Chama a atenção o comentário do chefe interino do Departamento Econômico do Banco Central (BC), Túlio Moreira, durante a divulgação dos dados. Segundo ele, “está ocorrendo um retorno à normalidade”. De fato, o esforço feito neste momento pelo setor público contrasta com os resultados dos dois últimos anos. Em 2009, para combater os efeitos da crise financeira mundial, o governo federal, seguido por Estados e municípios, reduziu de forma drástica o superávit primário. E estendeu a frouxidão fiscal por todo o ano de 2010 – quando a economia já crescia a taxas exuberantes – com o foco na campanha eleitoral.
Com o resultado de fevereiro, o superávit acumulado no primeiro bimestre foi de R$ 25,6 bilhões, equivalente a 21,8% da meta fixada para 2011. No mesmo período do ano passado, o saldo positivo correspondeu a apenas 15,2% da meta anual; e, em 2009, a 13,5%. “Antes da crise de 2008, a média era de 20% a 22% da meta, no acumulado dos dois primeiros anos do ano”, comparou Maciel.
Preocupado com a aceleração inflacionária, o governo prometeu rigor fiscal, iniciando sua gestão com o compromisso de manter as despesas públicas com crescimento abaixo da variação nominal do Produto Interno Bruto (PIB). Assim estará contribuindo com o esforço do Banco Central de conter o consumo e, consequentemente, a elevação dos preços.
Os gastos da União, que em janeiro aumentaram 24%, tiveram no mês de fevereiro uma sensível desaceleração, com crescimento nominal de 7,4%. No bimestre, porém, segundo os dados oficiais, o crescimento da despesa ainda foi 4% superior à variação nominal do PIB, de 11,3%.
Segundo o BC, nos 12 meses até fevereiro, alguns gastos, como os de pessoal e encargos e outros benefícios, já cresceram, em termos nominais, abaixo do PIB. “Temos claramente uma melhoria das contas públicas, que reflete, de um lado, o desempenho econômico, que repercute na arrecadação de tributos mais sensíveis ao crescimento, como também há alguns agrupamentos dos gastos públicos crescendo abaixo do PIB nominal”, atestou o chefe de Departamento do BC.
O superávit, que estava muito abaixo da meta cheia em 2009 e 2010, somou, em 12 meses até fevereiro, R$ 108,1 bilhões, próximo da meta (R$ 117,9 bilhões) fixada na Lei de Diretrizes Orçamentárias para este ano. A única ressalva é que nesse número estão contabilizados os R$ 32 bilhões resultantes da capitalização da Petrobras, uma arrecadação extraordinária que, portanto, não vai se repetir em 2011.
O que não está claro é se a desaceleração no ritmo de crescimento do gasto com custeio indicado pela performance do primeiro bimestre é suficiente para ajudar o Banco Central a esfriar a demanda. Na avaliação do economista Maurício Oreng, do Itaú Unibanco, para cumprir essa tarefa seria preciso um crescimento mais lento da despesa real. O gasto em custeio deveria aumentar apenas uns 2,5% em termos reais, face aos 8,5% registrados em 2010.
Um sinal de que o governo pode chegar lá é o atraso, que já vem se verificando, na execução de investimentos públicos. “Para fins de [resultado] primário, isto equivale a um ‘corte temporário’ no gasto de capital”, explica Oreng.
Um dado divulgado pelo BC mostra que a despesa anual com juros subiu para R$ 205,4 bilhões nos 12 meses até fevereiro. Uma das razões do aumento foi a elevação da taxa básica de juros (Selic), mas o principal dano decorreu da aceleração da inflação. Hoje a taxa Selic impacta pouco mais de 1/4 da dívida pública, enquanto os índices de preços indexam mais da metade da dívida.

Juros

derruba-los é a melhor saída para a supervalorização do real


São positivas as declarações do presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, dadas durante o café da manhã ontem com deputados da Comissão de Finanças e Tributação (CFT). Tombini acentuou como prioridades do Banco o combate à inflação e muita atenção ao ingresso de capital especulativo.

Melhor, ainda, reafirmou a disposição da nossa autoridade monetária de tomar novas medidas no controle da volatilidade do câmbio. Fez questão de registrar, também, que nossa economia tem crescido acima dos índices registrados nos países europeus e que é de 4% a expectativa do BC de crescimento econômico para este ano.

Sobre estas questões, e falando francamente, meu temor é que o aumento das taxas de juros e a conjuntura internacional levem a uma valorização do real insuportável para nossa indústria. A Europa caminha para o estagnação, ele mesmo descreveu. Aliás, não é só a França que tem inflação e crescimento baixo. A Grã Bretanha tem 5% de inflação e crescimento zero.

O fato é que não vejo instrumentos capazes de evitar a valoração artificial do real, a não ser a queda dos juros e uma mudança de rumo na política monetária do país. E digo isso, reconhecendo a extraordinária mudança já ocorrida na política do BC, que abandonou a ortodoxa visão de que basta aumentar ou diminuir juros para que a inflação mude junto.

Na nova conjuntura mundial e no novo estágio das economias global e brasileira, esta visão não é uma verdade absoluta e muito menos um dogma. Ainda bem.

Economia

...o império do efêmero

VINICIUS TORRES FREIRE – FOLHA SP

“Bossa nova” no BC apaga outra das ideias econômicas dos anos da breve e estranha regência liberal no Brasil
A novidade do governo Dilma Rousseff apareceu no governo paralelo do país, de quase qualquer país, o Banco Central. Entre dezembro de 2010 e agora, março, o BC foi dizendo ao público de modo cada vez mais incisivo que mudou a maneira de fazer política monetária.

Associada à implementação acidental de algo que por apreço à brevidade se chama de “desenvolvimentismo”, tal mudança coloca mais uns pregos no caixão da regência provisória do “neoliberalismo”.

Ensaio liberal aliás muito imperfeito, para não dizer paradoxal. De 1991 (Collor) a 2002 (fim de FHC), a carga tributária aumentou 32,5% (como fatia do PIB); o desmonte do estatismo deu início à criação do grande oligopólio moderno no país (teles, elétricas, minérios, bancos).

Voltando aos miúdos, o BC “sob nova administração” diz que: 
1) Os instrumentos do BC para combater a inflação vão além da taxa de juros; 
2) Não é preciso fazer a inflação regredir rapidamente à meta.

Essa flexibilidade, digamos, não é invenção nacional. Não por boniteza, mas por precisão, foi adotada pelos BCs pelo mundo afora, dada a situação anormal da economia no pós-crise e devido à desmoralização das ideias na prática dominantes sobre finanças, as quais levaram o mundo à breca a partir de 2007.

Acidentes políticos do governo Lula, folga nas contas externas, capital sobrante no mundo e a própria crise de 2008 abriram caminho para o avanço dos bancos públicos.

Ao final de 2007, os empréstimos (estoque de crédito) do BNDES equivaliam a 39% dos empréstimos da banca privada nacional; em janeiro de 2010, a 51,3%. O BNDES sozinho tem 21% do estoque de crédito do país (contra 17% em 2007); no conjunto dos bancos públicos, a evolução foi de 34% para 42%.

A “rede de proteção social” devia “focar” em apenas miseráveis, de acordo com o ideário da regência liberal. No Estado de Bem-Estar Tropical, os benefícios sociais estatais foram muito além. Considerem-se o gasto e a coordenação estatal em coisas como capilarização da rede de saúde, educação, benefícios para pobres e miseráveis, aposentadoria, programas de eletrificação, agricultura familiar, habitação subsidiada ou financiada pela banca pública e, em breve, internet.

Não são meros meios de redução de desigualdade e pobreza, mas combustível da economia de regiões inteiras. O Estado de Bem-Estar Tropical criou tanto o que a esquerda chama de “mercado de massas” como um pacto político. No futuro próximo, vai ser difícil ver algum governo ter coragem de mexer nisso.

Na propriedade do capital, o petismo-lulismo criou conglomerados com fundos públicos e associações com estatais, em especial em energia e na agroindústria. Além do mais, reestatizou, a sua maneira, parte do setor de petróleo e criou normas de nacionalização para a indústria de fornecedores do setor que vai fazer grossa parte do PIB.

Quando premiê de Lula, Dilma foi uma inspiradora-mor desse modelo. Ainda não apareceu com outras intervenções e até se diz que pretende privatizar parte da infraestrutura.
Mas está evidente que o Estado coordena a associação, o crescimento e a propriedade do capital, o desenvolvimento econômico de regiões atrasadas; que até no BC a “linha dura liberal” recua; que os partidos da regência liberal definham.

vinit@uol.com.br

por Hélio Gaspari

A bolsa COPOM plantou uma jabuticabeira
O andar de cima nacional precisa pensar na vida. A revista americana “Forbes” divulgou sua lista de bilionários e, nela, há 30 brasileiros e brasileiras com mais de US$ 1 bilhão.
O legendário banqueiro paulista Gastão Vidigal ensinava que instituições financeiras não lidam com produtos, pois “produto é coisa que se pode embrulhar”, como pregos e sabonetes.
Aplicando-se esse critério à lista da “Forbes”, resulta que no Brasil há 13 bilionários na turma dos produtos (Eike Batista, Jorge Paulo Lemann e Ermírio de Moraes, por exemplo), e outros 15 cujo patrimônio derivou principalmente da atividade bancária (Safra, Villela e Moreira Salles).
No grupo da banca, nove dos bilionários pertencem à segunda geração dos fundadores do Itaú-Unibanco e do Bradesco. Alguns deles têm outras atividades profissionais (quando as têm). Dos nove magnatas suíços, só um está no ramo de investimentos.
Na lista dos dez maiores bilionários do mundo, oito lidam com produtos e, entre eles, há apenas um lote de herdeiros, os Walton, do Wal-Mart, empresa que revolucionou os hábitos de consumo americanos.
O peso dos bilionários da banca brasileira é único. Para ficar na área dos Brics, dos 30 maiores magnatas russos, 20 lidam só com produtos; na Índia, 23; e na China, onde a banca é controlada pelo Estado, a turma está quase toda produzindo, ou negociando com imóveis.
Esse é o produto da Bolsa Copom, com seu juros lunares.
A lista em que falta o Brasil
Na mesma semana em que a revista “Forbes” iluminou 30 bilionários brasileiros, o semanário inglês “THE” (“Times Higher Education”) publicou sua lista das cem melhores universidades do mundo. Cadê o Brasil? Micou e não ficou sequer entre as duzentas. Em 2009, a USP fora a 92ª na área da saúde.
Cruzando-se a lista dos bilionários com a das universidades, a coisa fica feia. A China teve incluídas cinco instituições, a Índia e a Rússia têm uma cada. A América Latina, nenhuma.
Nem tudo é ruína. No pequeno mundo dos cursos de formação de executivos, uma avaliação do “Financial Times” deu a Pindorama o 8º lugar com a Fundação Dom Cabral, de Belo Horizonte, e o 13º com o Insper, de São Paulo. Ambas são instituições privadas.
Não é o caso de retomar a discussão sobre o futuro das universidades públicas, até porque, com poucas exceções, o estrago da privataria na rede particular garante que ela ficará fora de qualquer lista por mais 50 anos.
Leia a íntegra do artigo Aqui

BC derrubará PIB

Além da alta do dólar (veja nota), a divulgação, ontem, de novos índices econômicos contribuiu para intensificar as especulações sobre desaquecimento na economia. Na verdade, falar em riscos de desaquecimento é um eufemismo para esconder o fato de que podemos perder 4% do PIB como um dos efeitos colaterais da política do BC. As outras são o alto custo das reservas e do serviço da dívida interna, o aumento do déficit externo e os riscos de desindustrialização, ainda que remotos.

Agora, os chamados mercados assustados com a queda do PIB já falam em só mais um aumento da Selic este ano, 0,5%. Como vemos nem eles sabem as consequências do uso burro da política monetária como instrumento para trazer a inflação para o centro da meta, uma obsessão que esconde uma das consequências dos aumentos da Selic, proteger e se possível aumentar a renda das aplicações financeiras, aumentar cada vez mais a participação da renda financeira na renda nacional, sempre em prejuízo do setor produtivo e da participação dos salários na renda nacional.

por Zé Dirceu

Ata do Banco Central é contraditória
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Banco Central
 
Só num ponto é clara: querem mais juros - nada mais, nada menos. E isto depois de terem elevado a Selic a 11,75% ao ano, uma das taxas de juros mais altas do mundo. É a conclusão mais óbvia a que se chega com a leitura da íntegra da ata da mais recente reunião do COPOM-BC. 

A obsessão da diretoria do Banco com a inflação no centro da meta (4,5%), num cenário internacional como o que vivemos, e sua crença religiosa de que o aumento da taxa de juros reduz a inflação é de uma pobreza franciscana. Felizmente, os preços internacionais não dependem do BC. Senão teríamos juros estratosféricos em todo o mundo. Continua>>>

Governo deve adotar mais medidas de contenção de crédito, segundo a ata do Copom

O COPOM - Comitê de Política Monetária - abriu a porta para lançar mão de novas medidas complementares à alta dos juros no esforço de combate à inflação, consolidando a nova abordagem “híbrida” do Banco Central, sob o comando de Alexandre Tombini.

Fabio Graner e Adriana Fernandes – O Estado de S.Paulo

Na ata da última reunião, o BC apresentou pela primeira vez um cenário alternativo aos que normalmente coloca no documento, mostrando que, se o dólar seguir no nível recente e os juros subirem como espera o mercado, a inflação em 2012 já cairia abaixo da meta de 4,5%.
Além disso, no mesmo contexto, o órgão sugeriu que “eventuais” novas medidas macroprudenciais (como o aperto no crédito e o aumento do compulsório dos bancos, de dezembro) poderiam levá-lo a reavaliar a estratégia de juros. Boa parte do mercado leu esse novo parágrafo da ata como indicação de que o ciclo de aperto está próximo do fim e a Selic só subirá mais uma vez, em 0,5 ponto porcentual.
De acordo com a ata, o quadro inflacionário continuou complicado desde a reunião de janeiro. Na visão do Copom, apesar dos choques de alimentos e de tarifas de ônibus urbanos, a inflação também reflete a continuidade do chamado “descompasso entre oferta e demanda”. Isto é, a incapacidade da economia de produzir bens e serviços no volume que os consumidores têm procurado ainda pressionaria preços, embora a perspectiva seja de que esse descompasso diminua, refletindo os ajustes nos juros, no crédito e o aperto fiscal promovido pelo governo, que foi elogiado no documento do BC.
“Importantes decisões foram tomadas e executadas, as quais apoiam a visão de que, no início deste ano, teve início um processo de consolidação fiscal”, destacou a ata, em referência ao corte de R$ 50 bilhões no Orçamento.
Essa declaração sobre o esforço fiscal e a política de atuar não só com juros, mas também com outros instrumentos para combater a inflação, mostram que o BC se alinha cada vez mais ao Ministério da Fazenda de Guido Mantega, com quem a autoridade monetária vivia às turras na gestão Henrique Meirelles.
De acordo com o BC, a inflação terá dois comportamentos distintos. O primeiro, que deve durar até por volta de setembro, é de índices elevados no acumulado de 12 meses, até maiores que os atuais (ao redor de 6% para o IPCA). A partir do fim do ano, contudo, a diretoria enxerga desaceleração do IPCA e convergência para a meta.
“A diretoria do BC parece estar buscando uma forma de inserir novas ideias nos participantes do mercado sobre as perspectivas de inflação, já que seus pensamentos não estão ajudando-o a cumprir seu dever nesse sentido”, disse o economista-chefe do BES Investimento, Jankiel Santos, em relatório. “A nosso ver, soa como uma tentativa para acalmar as mentes preocupadas e para sinalizar que um processo de aperto monetário agressivo não está no radar”, acrescentou Santos, para quem o BC confia em sua estratégia.

A diferença do remédio para o veneno é a dose

Cuidado com a dosagem
 
O governo anda no fio da navalha ao admitir a abordagem da inflação nos termos desejados pelo sistema financeiro. As atuais flutuações de preços não justificam a piora das expectativas. 

Se aceitarmos a ideia (o governo principalmente) desses autonominados falcões do mercado financeiro, de que é preciso reduzir para 3% o crescimento do PIB brasileiro para segurar a inflação dentro da meta em 2011/2012, em lugar de uma simples redução o que vamos colher é que o crescimento desaba para uns 2% e a economia entra em recessão.

O governo talvez não perceba que está caminhando no fio da navalha ao admitir a abordagem nos termos desejados pelo sistema financeiro: já está se consolidando a expectativa de que é possível dosar o crescimento naquele nível e trazer a taxa de inflação, em 2012, para um intervalo de 4,2% a 4,5%.

É fato que estamos recebendo algumas pressões inflacionárias importantes do exterior e também internamente, que são difíceis de ser avaliadas separadamente. São flutuações que não justificam, porém, a rápida deterioração das expectativas da inflação. Claramente essas expectativas estão sendo turbinadas para levar as pessoas a acreditarem que o governo vai pôr a mão pesadamente para conter o nível da atividade.

A economia depende muito da psicologia das pessoas: na medida em que as expectativas influírem no ânimo dos empresários, que tiveram o espírito animal despertado para o desenvolvimento nesses últimos três ou quatro anos, e eles começarem a imaginar, a crer que o governo vai puxar o freio da atividade, não vamos ter ilusões sobre o tamanho do tombo.

A expectativa é o fator mais importante na determinação do nível da inflação. Se os empresários imaginam que a inflação vai continuar sendo 4,5%, eles moderam o seu comportamento, não exageram nas tentativas de aumento dos produtos e os trabalhadores não reivindicam aumentos salariais muito acima dos 4,5% mais a correção, porque têm de ficar em limites razoáveis para proteger os empregos. Agora, se começam a crer que a inflação vai bater inexoravelmente em 6%, as empresas já pensam em aumentar os preços 8% (porque 6% podem ser insatisfatórios) e as reivindicações de salários se comportam da mesma maneira.

Tal comportamento leva a desestruturar as expectativas de inflação e, quando isso acontece, colhe-se mais inflação. Infelizmente, neste momento, estamos assistindo à disseminação de um estado de desconfiança que já elevou as expectativas da taxa de inflação. Elas se deterioraram realmente, passando de 4,5% para quase 6%. Mesmo o governo tendo agido tomando as decisões corretas, como no caso do salário mínimo e no corte de 50 bilhões de reais, que devem reduzir o ritmo de crescimento da despesa pública, ainda assim o mercado consegue passar a mensagem de que a inflação vai continuar subindo.

Ela tem causas internas, dentre as quais o aumento dos custos dos serviços, em razão de ações de política econômica e social do governo Lula (aumentos reais generosos do salário mínimo e nos programas de combate à fome e à miséria), cujos efeitos positivos superam em muito os exageros, porque foram decisivos para ampliar o mercado interno, combater os efeitos da crise financeira mundial e para a redução importante das desigualdades secula-res entre brasileiros.

Sabemos que há muitas falhas na apuração dos números, eles acabam incorporando duvidosas indicações do mercado financeiro reproduzidas nos boletins Focus, fruto de uma relação simbiótica entre Banco Central e o sistema financeiro, mas é inegável que houve uma deterioração das expectativas.

O governo, então, vai ter de agir com muito cuidado diante de uma situação delicada, dosando adequadamente os instrumentos, inclusive a elevação da taxa de juros. As medidas prudenciais são importantes, ajudam no combate à inflação, mas são subsidiárias à política de juros. Os efeitos de tais medidas ainda não se esgotaram e elas estão produzindo efeitos que não se podem negar. E todos sabem que elas são tomadas para atender ao objetivo maior dentre as atribuições do BC, que é manter a higidez do sistema financeiro. Nosso sistema tornou-se realmente hígido, enfrentou todos os embates externos exatamente porque, desde os episódios do Proer, o BC cuidou prioritariamente do equilíbrio e da solidez dos sistemas financeiro e bancário.

da Carta Maior

ORTODOXIA DELIRA E AMEAÇA O PAíS

"Para recuperar credibilidade, BC pode subir Selic em 0,75 ponto" (Valor, 23/02; sobre a reunião do Copom na próxima semana).

A taxa de juro no Brasil , 11,25%, é a maior do mundo: atrai capitais especulativos, valoriza o Real, incentiva importações, encarece exportações, aprofunda o déficit em contas correntes (US$ 50 bi em 12 meses), destrói cadeias produtivas locais pela concorrência externa e explode o gasto público mais deletério, o pagamento de juros da dívida pública, que atingiu o valor recorde de R$ 190 bilhões no ano passado -- 15 anos de Bolsa Família.  A idéia de combater  ameaças inflacionárias --reais, mas em grande parte decorrentes da especulação externa nas bolsas de commodities-- subindo ainda mais a Selic atende às necessidades do país ou à ganância rentista? Leia Aqui artigo do economista Fernando Ferrari que discute alternativas à rota de colisão entre  os interesses do mercado financeiros e os do Brasil.

Brasil não combaterá especulação

Alexandre Tombini [presidente do Banco Central] passou recado curto e grosso [da presidente Dilma] ao especuladores: 

" O governo não vai permitir especulação contra o real nem guerra comercial e cambial." 

E disse mais:

" Se necessário vamos de novo defender nossa moeda de ataques especulativos e não vamos depois salvar os perdedores."

Que assim seja, Amém!

A Banca, banca

E com certeza muito bem. 

Os seus portas vozes encrustados nas redações do decadentes jornalões [jornalecos] do país, economistas, especialistas e mais istas em economia gastam tinta, saliva e dedos para agrada-los.
É até divertido a gente prestar atenção no que eles publicam.

Uma hora afirmam que a presidente Dilma deu aval para o aumento dos juros [selic] na próxima reunião do BC - Banco Central -. Leio a matéria todinha e não vejo nada sobre isto ser uma intromissão na autonomia da instituição rsssss. Mas, quando surge um boatozinho que os juros devem cair...aí vemos e ouvimos a gentalha unida contra o "absurdo" da presidente interferir na "autonomia do BC".

A corja é unida e pudor tem nenhum.
Xô agiotas!!!

Brasil chega ao pleno emprego e os países ricos demitem

O desemprego nas seis principais capitais do país atingiu a taxa mínima histórica de 5,7% no mês passado, mas pode fechar o ano abaixo dos 5% – não só caracterizando um recorde, mas também sinalizando que o país vive em pleno emprego.
Segundo estudos de especialistas no assunto, taxas de desemprego igual ou abaixo de 5% representam uma situação em que, de maneira geral, o trabalhador que sai em busca de um emprego acaba encontrando vaga em algum setor. De acordo com as estimativas da economista Luiza Rodrigues, especialista em mercado de trabalho do Santander, a taxa de desemprego fechará o ano em 4,9%, nível que aprofundará a distância do Brasil em relação a um grupo superior a 20 países, entre desenvolvidos e emergentes.
“Já somos a nação que mais derrubou sua taxa de desemprego entre o pré-crise, no primeiro semestre de 2008, e o pós-crise, no primeiro semestre de 2010. Mas nos distanciamos ainda mais neste segundo semestre”, diz Luiza. A comparação mais simbólica ocorre entre Brasil e Estados Unidos. Enquanto os americanos viram sua taxa de desemprego média saltar de 5,2% entre janeiro e junho de 2008, antes da crise mundial, para 9,7%, em igual período de 2010, o desemprego brasileiro caiu de 8,2% para 7,3%, na mesma comparação.
“De fato, é realmente bem mais fácil encontrar emprego hoje do que nos últimos 20 anos, quando não só o crescimento econômico era menor, como a qualificação era pior”, diz Luiza, para quem a qualificação da mão de obra, um dos possíveis gargalos no horizonte brasileiro nesta década, deve ser visto em perspectiva. “Já tivemos momentos, no passado, em que havia emprego, mas não existiam profissionais à altura. Hoje, temos um número maior de pessoas que terminaram o ensino médio e mesmo o superior, o que facilita a incorporação em setores como comércio, serviços e construção civil”, avalia a economista, que faz referência justamente aos segmentos que mais demandaram trabalhadores na recuperação econômica do pós-crise.
A taxa de 5% ou menos, que deve ser atingida neste mês, no entanto, deve se tornar piso. “A taxa de desemprego continuará em patamares baixos, em torno de 6,5% a 7%, nos próximos dois ou três anos, mas não no ritmo que observamos em 2010, que foi um ano atípico sob qualquer ponto de vista”, avalia Luiza.
Num primeiro momento, a simples desaceleração no ritmo de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) deve frear o ímpeto das empresas por contratação de trabalhadores. O PIB deve passar dos quase 8% de crescimento em 2010 para patamares próximos a 4,5% no ano que vem, segundo estimativas do governo. A desaceleração ocorrerá não apenas porque a recuperação do pós-crise terminou – o PIB de 2009 caiu 0,6% -, mas porque o Banco Central deve iniciar um ciclo de elevação de juros para combater a inflação, que deve fechar o ano em torno de 6% – acima, portanto, da meta de 4,5% perseguida pelo Banco Central. (JV)

Selic em 10,75 é erro

Decisão esperada, porém errada
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A posição do Comitê de Política Monetária (COPOM) do Banco Central (BC), adotada na reunião encerrada ontem, de manter a taxa Selic em 10,75% (ao invés de baixá-la), ainda que fosse uma medida esperada e preparada pela recente decisão de enxugar a liquidez do mercado contraindo o crédito em geral, mantém o nosso país na contramão do mundo em matéria de juros.
Continuamos com juros reais acima de 4%. Tirando a África do Sul e a Austrália, todos os demais países ou tem juros menores que os nossos ou negativos. O Brasil continua na liderança do ranking levantado em pesquisa entre as 40 maiores economias do planeta. Na 2ª posição aparece a África do Sul, com taxa real de 2% e na 3ª, a Austrália, com 1,9%.

É evidente que o Brasil não pode estar certo sozinho no mundo. Algo de errado acontece em nossa economia e na política monetária de nossos governos, na desenvolvida pelo nosso BC especialmente. Algo precisa ser feito, então, e urgentemente.

Baixar os juros deve ser prioridade
Não podemos continuar ancorados unicamente na política monetária para combater a inflação. Essa opção já se mostrou completamente errada. Precisamos adotar todas as medidas necessárias para superar essa anomalia, antes que seja tarde.

Pelas conseqüências que essa situação traz para o nosso câmbio, e pelas que tem na política fiscal, no serviço  da dívida interna e no conjunto da economia, a solução dessa anomalia pode e deve ser a prioridade nacional na próxima década e no governo da presidenta Dilma Rousseff que se inicia daqui a três semanas (1º de janeiro).
Não tem porque em matéria econômica e de política monetária a prioridade não ser o Brasil ter juros baixados aos níveis internacionais e não se fazer, concretamente, todas as reformas que viabilizem esse objetivo. Começando, inclusive, pela tributária.

Aproveito e convido a todos a lerem o artigo Primeiro Sinais , publicado hoje no jornal Brasil Econômico.
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O papel e as chances do PSDB

Opinião do André  LB

Acredito ser muito "otimista" a visão da maioria dos comentaristas a respeito do papel do PSDB. Estão todos acreditando que o PT já errou o que tinha para errar e que o PSDB não vai mais dar uma dentro. Acredito ser importante lembrar do seguinte:

1) Cenário econômico externo. Apesar do importantíssimo e recente-antes-tarde-do-que-nunca desenvolvimento de um mercado interno mais forte no Brasil e da pequena inserção no mercado externo, estamos sujeitos a uma nova rodada de problemas econômicos mundo afora. Na Europa a crise ameaça se alastrar ainda mais, os EUA passarão alguns anos sem absorver mais do que estão fazendo agora e o FED já sinalizou que pretende insistir no aumento da base monetária do dólar e a China, nosso grande mercado de commodities, emite alguns sinais de bolhas internas. o biênio 2012-2013 pode trazer um crescimento econômico bem menor ao Brasil, com reflexos eleitorais em 2014.
2) Cenário econômico interno. Ampliando o dito acima, uma pequena diminuição do valor das commodities aliada ao esgotamento do modelo de ampliação do crédito - que em breve pode ser mais controlado, como o próximo presidente do BC já sinalizou - podem não só diminuir o crescimento econômico como também criar entre a população a sensação de "esgotamento do modelo": em, digamos, 2013 já terão se passado cerca de 6-7 anos de melhora econômica quase contínua, e uma maior dificuldade em financiar um carro novo causa descontentamento.
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Aumentar juros é dar tiro no pé

Enquanto a economia cresce e tudo indica que teremos uma virada e início de novo ano animadores nos deparamos com o óbvio: as primeiras medidas anunciadas quase no fim da semana passada pelo Banco Central, de restrição ao crédito numa tentativa de baixar os juros, são vistas com desconfiança pelo mercado.
Sempre ele. Na semana que passou, então, a turma do rentismo partiu para o vale tudo para conseguir já mais aumento dos juros. Pressionaram para que o Comitê de Política Monetária (COPOM) do Banco Central (BC) na reunião que começa amanhã -  a última do ano, do governo Lula e do dr. Henrique Meirelles na presidência do BC - eleve a taxa Selic em 0,25%.

Querem, ainda, mais dois aumentos de 0,50% nas duas primeiras reuniões do ano de 2011. O sonho: que os juros, em  10,75% ao ano hoje, cheguem a a 12% até abril próximo.

Nada muda o melhor caminho: crescimento econômico
A discussão sobre cortes orçamentários, juros e emprego permanece acesa, apaixonando, mas quanto mais se intensifica, mais chegamos à mesma conclusão : somente o crescimento da rendae do emprego e a aposta no mercado interno permitem ao país resolver seus problemas estruturais, entre estes os próprios altos juros, a carga tributária, a dívida interna e mesmo, agora, a questão do câmbio apreciado.

Nessa véspera da última reunião do COPOM em 2010, e em meio a tanto debate, não há outra conclusão a se chegar: aumentar juros, cortar gastos e diminuir impostos é um tiro no pé e não resolvera nada.


O que precisamos é mão firme na política fiscal, redução da taxa Selic, e reforma tributária que desonere os investimentos e a folha de pagamento acabando com essa irracional, burocrática, cara e injusta cobrança do ICMS hoje. 

A verdadeira vitória no pais no mundo em crise de hoje é a elevação do nível do emprego e a manutenção do crescimento da economia e da renda. Além disso, é encontrar alternativas, medidas para enfrentar as ameaças do câmbio e garantir a continuidade e o crescimento dos investimentos.
Zé Dirceu

Governo Dilma vai perseguir superávit além da meta

Em sua primeira entrevista a um jornal depois de confirmado no cargo de ministro da Fazenda no governo de Dilma Rousseff, Guido Mantega afirmou que o pacote de medidas para estímulo ao crédito de longo prazo será anunciado em 2 de dezembro, na reunião do Conselho Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, o "Conselhão". Entre as medidas, ele adiantou que será alterado o Imposto de Renda cobrado nas captações de longo prazo. A questão não está fechada, pois há o temor de que os investidores encontrem brechas para se beneficiar da isenção e continuem aplicados no curto prazo. "Aqui no Brasil está todo mundo mal acostumado. Todo mundo quer aplicar, ter uma taxa de retorno alta e ter liquidez imediata", disse.
No controle da inflação, o ministro enfatizou a necessidade de avançar na desindexação da economia e propõe, nos futuros contratos de reajuste dos preços administrados, a substituição do IGP pelo IPCA, mas acrescenta que o ideal seria que não houvesse nenhum reajuste pré-fixado. "Prefiro que não haja indexador, que haja negociações." Ele vinculou a necessidade de desindexação a uma futura redução na meta de inflação. Outro caminho vislumbrado pelo ministro é o uso de uma medida de núcleo de inflação, no futuro, para o balizamento da meta. "Pode ser. Como fazem os americanos. Vamos discutir essa questão."
Mantega acredita que o aumento da inflação corrente não é estrutural, decorrente do descasamento entre oferta e demanda, mas passageiro, fruto de pressão de alimentos e commodities. Deixou claro, porém, que se o Banco Central considerar necessário o aumento dos juros, isso será feito. "Não vou me opor.". Aqui os principais trechos da entrevista.

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Core inflation

Paul Krugman, Guido Mantega e o conceito do núcleo da inflação e como deve ser medido...

Desde que eu estou fazendo uma pausa da pá, eu pensei que poderia demorar alguns minutos para resolver uma questão que parece confundir muita gente: a idéia do núcleo da inflação. Por que precisamos de tal conceito, e como deve ser medido?
Assim: a inflação do núcleo é geralmente medida através de alimentos e energia a partir do índice de preços, mas há medidas alternativas, como a inflação médias aparadas e mediana, que estão recebendo uma atenção crescente.
Primeiro, deixe-me esclarecer alguns equívocos. O núcleo da inflação é nãousado para coisas como o cálculo de vida ajustes de custo para a Segurança Social; os utilize o IPC regular.
E as pessoas que dizem coisas como "Isso é um conceito estúpido - as pessoas têm de gastar dinheiro em comida e gás, por isso devem estar em suas medidas de inflação" está faltando o ponto. O núcleo da inflação não é suposto medir o custo de vida, que é suposto medir outra coisa: inércia da inflação.
Pense nisso desta maneira. Alguns dos preços na economia flutua o tempo todo na cara da oferta e da procura; alimentos e combustíveis são os exemplos óbvios. Muitos valores, no entanto, não flutuam assim - eles são estabelecidos pelas empresas oligopolistas, ou negociado em contratos de longo prazo, por isso eles são apenas a intervalos que variam de meses a anos.Muitos salários são definidos da mesma maneira.
A coisa chave sobre estes preços menos flexível - a percepção que tenho Ned Phelps, o Nobel - porque é que eles não são revisados freqüentemente, eles são ajustados com a inflação futura em mente. Suponha que eu estou colocando meu preço para o próximo ano, e que espero que o nível geral de preços - incluindo coisas como a média dos preços de produtos concorrentes - a subir 10 por cento ao longo do ano. Então eu provavelmente vou definir o meu preço de cerca de 5 por cento maior do que eu faria se eu estivesse apenas tendo em conta as condições atuais.
E isso não é toda a história: porque temporariamente os preços fixos são apenas revistas periodicamente, a sua redefine envolvem frequentemente catchup. Novamente, suponha que eu definir o meu preços uma vez por ano, e há uma taxa de inflação global de 10 por cento. Então na hora que eu reiniciar o meu preço, que provavelmente vai ser de cerca de 5 por cento mais baixos do que "deveria" ser, adicione o efeito da antecipação da inflação futura, e eu provavelmente vou marcar o meu preço em 10 por cento - ainda que a oferta ea procura são mais ou menos equilibrada direito agora.
Agora imagine uma economia em que todos estão fazendo isso. O que isso nos diz é que a inflação tende a perpetuar-se, a menos que haja um excesso grande de qualquer oferta ou da procura. Em particular, uma vez que as expectativas de, digamos, 10 por cento de inflação persistente tornaram-se "encaixado" na economia, ainda vai demorar um maior período de calmaria - anos de elevado desemprego - para conseguir que a taxa para baixo. Caso em questão: a inflação extremamente caro do início de 1980.
Agora, a questão da mensuração: gostaríamos de acompanhar esse tipo de inércia da inflação, tanto no sentido ascendente e no lado negativo - porque a inflação tão incorporado é difícil se livrar de, assim que é a deflação incorporado (pedir à japonesa) . Mas no mundo real, enquanto alguns produtos (muitos) se comportam como este, outros não: os preços sobem rapidamente, com as alterações da oferta e demanda, e não mostrar a inércia.Por isso, precisamos de uma medida que extrai o sinal do ruído, recebendo na parte de inércia da história.
A medida padrão tenta fazer isso, excluindo os preços, obviamente, não-inercial: alimentos e energia. Mas eles são a história toda? Claro que não - e as medidas de núcleo padrão tem se comportado um pouco erraticamente recentemente. Daí a crescente preferência dos muitos economistas para medidas como medianas e médias aparadas, que exclui os preços que se movem por um lote em um determinado mês, presumivelmente, portanto, isolar os preços que se movem lentamente, que é o que queremos.
E o que essas medidas revelam é um processo contínuo de redução da inflação, que poderia, em não muito tempo, se transformar em deflação:
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Paul Krugman
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