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Não formamos: Informamos

Por Carlos Chagas

Mais uma vez o primeiro-companheiro investe contra a imprensa. Generaliza, como se os meios de comunicação do pais inteiro se limitassem a três  jornais do eixo Rio-São Paulo, além de uma revista semanal que não poupa seu governo.  Exagerou, ao reivindicar, num palanque em Campinas, que ele, Dilma e o PT são a opinião pública, negando  a propalada categoria dos “formadores de opinião”, no que pareceu correto.
Revelou-se atrasado,  o presidente Lula. Porque há décadas, nos  cursos de Comunicação, emergiu a corrente da humildade. Aquela que sustenta não sermos nós, jornalistas, “formadores de opinião”, excetuados alguns coleguinhas de nariz em pé e cérebro curto, assim como alguns de seus patrões.  
A imprensa é apenas informadora, ou seja, quem se forma é a própria sociedade, estimulada por diversos fatores, um dos quais o de ser bem informada de tudo o que se passa nela de bom  e de mau, de certo e de errado, de ódio e de amor.
Reivindicar a condição de  formadores,   artífices da opinião pública,  orientadores da sociedade e outras bobagens será anacronismo digno dos tempos em que os jornais existiam para defender ou opor-se a idéias, interesses e  situações. Evoluímos para transmissores de informações, mesmo sendo mantidos espaços para opinião, entretenimento e serviços. O fundamental para a  mídia, porém,  aquilo que faz sua razão de ser,  é a noticia.   A informação incapaz de ser confundida com a formação, constituindo-se apenas num dos fatores em condições de levar a sociedade a aprimorar-se e a decidir por ela mesmo.
Por fim, sobra a dúvida: quem deu ao presidente Lula, a Dilma e ao PT o privilégio de encarnar a opinião pública? Nem o sociólogo, de resto tão presunçoso, ousou chegar a tanto.

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Lula e a imprensa

Já identifiquei aqui antes uma rachadura na lógica do presidente da República quando trata da imprensa. Umas horas diz que ela não tem mais tanto poder quanto antes. Mas se isso é fato por que gastar tanta saliva com o assunto?



O que mudou na relação entre a imprensa e seus leitores, telespectadores, ouvintes? Hoje há bem mais fontes de informação, e essas fontes são fiscalizadas em tempo real pela internet. O sistema de freios e contrapesos funciona para valer, cada vez melhor.



O que não mudou? A razoável independência entre o que acham e dizem os jornalistas e o que pensa o eleitor.



Lula de vez em quando parece imaginar que está diante de uma baita novidade. Menos, presidente. A História do Brasil já teve outros episódios de dissonância entre o poder e a opinião pública, nos quais a maioria da população seguiu o primeiro e não a segunda. É só pesquisar. Um bom exemplo está no livro “Minha Razão de Viver”, na parte em que Samuel Wainer (com a redação de Augusto Nunes) conta da campanha que levou Getúlio Vargas de volta ao poder em 1950.



O papel dos “formadores de opinião” foi e é limitado. Em geral, quando alguém busca uma ideia é para poder defender melhor o que já desejava defender. O sujeito gosta de um governo ou não gosta. Mas sempre por razões objetivas. Depois vai buscar a explicação.

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“Folha” vira a FOX de Dilma

Nos EUA, Barack Obama pendurou o guiso no gato já há algum tempo. Lá, a assessoria do presidente colou na FOX o rótulo de “braço midiático do Partido Republicano”.
Nessa segunda-feira, o jornal da família Frias teve o seu dia de FOX. Dilma bateu pesado na “Folha”. É o troco, depois de dias e dias de uma campanha unilateral. Aliás, são meses de deturpações e cobertura enviesada. Começou lá atrás, com a ficha falsa na primeira página. Seguiu com a manchete tosca sobre o aumento da conta de luz “por culpa de Dilma” (tão tosca que fez a “Folha” ir parar nos trendtopics do twitter, como exemplo mundial de manipulação).
Nas últimas duas semanas, diante do aturdimento de Serra – incapaz de traçar uma linha para sua campanha – a velha mídia assumiu o comando da oposição. Cumpriu-se, assim, na prática, o que Judith Brito (presidenta da ANJ – Associação Nacional dos Jornais) já havia vaticinado: “a imprensa é o verdadeiro partido de oposição no Brasil.”
O clima de confrontação, criado pela direita, aproxima-se muito do que vemos na Venezuela. Como escrevi aqui, a venezuelização do Brasil vem pela direita: quem escolheu o confronto não foi Lula, mas Serra (com seu discurso no Clube Militar, falando em “República Sindicalista”) e a velha mídia.
Já escrevi nesse humilde blog que a imprensa tem , sim, o dever óbvio de investigar e denunciar. Não vejo nada de errado nisso. A situação absurda, no Brasil, é que as denúncias são sempre unilaterais. Só existem escândalos federais no Brasil, há quase 8 anos. O ímpeto investigativo dos jornais não se volta – jamais – contra os tucanos. Explica-se: os tucanos garantem polpudos recursos para a velha mídia, com a assinatura de jornais para as escolas paulistas.
A velha mídia tenta criar um “Mar de Lama” contra o lulismo. Como Lacerda fez contra Vargas em 54.
Naquela época, o único contraponto era o “Última Hora”, jornal de Samuel Wainer. Hoje, os “blogs sujos” cumprem – de forma ainda limitada, mas efetiva  - o papel de contraponto. Nem isso Serra gostaria de ter. Queria toda a mídia pra ele.

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De onde ela vem

Mesmo no meio de um processo eleitoral há espaço para a lógica. No fim de semana o presidente da República fez o que fez, disse o que disse sobre os veículos jornalísticos que publicam acusações de supostas irregularidades no governo. Já ontem, o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, saiu de um encontro da coordenação de governo afirmando que Luiz Inácio Lula da Silva mandou apurar tudo, para a punição dos eventuais responsáveis.



Qual é a face real do comboio governista, o Lula do fim de semana ou o Padilha de ontem? Provavelmente ambos. O presidente deve sim estar enfurecido com a sucessão de acusações contra a administração, e é normal que veja nelas motivação político-eleitoral, mas numa democracia não há jeito de a autoridade escapar das obrigações legais. É preciso mover-se, produzir providências. Até por razões político-eleitorais. Pelo andar da carruagem, o governo sairá das urnas com motivos para sorrir. Mas a vida segue, e a política idem.



Lula deseja que a atual oposição encare outubro dizimada, e tem uma chance de conseguir. E daí? E daí nada, ou muito pouco. O Brasil já assistiu antes a belas hegemonias eleitoriais. Em 1970 a Arena massacrou o MDB, que chegou a pensar em autodissolução. Em 1986 o PMDB reacendeu os temores de “mexicanização”, ao ganhar tudo e mais alguma coisa. Tomou o Planalto, quase todos os governos estaduais e a maioria esmagadora na Constituinte. E em 1994 o PSDB abocanhou a Presidência da República, São Paulo, Minas Gerais e o Rio de Janeiro.



O poder absoluto, ou quase, não foi suficiente para a Arena, o PMDB e o PSDB se eternizarem. A “mexicanização” frequenta esporadicamente o noticiário, mas nunca se consumou. Por quê? Assunto para os doutores. De todo jeito, a oposição aos governos não nasce nos parlamentos, nem lhe é indispensável deter orçamentos públicos para azeitar a vida diária e suas campanhas. A origem da oposição é sempre social, e mesmo governos maravilhosamente bem avaliados, e votados, podem virar pó se o vento na rua muda de sentido.



Desde, é claro, que exista um ambiente institucional favorável à democracia. Como aqui.



Governos sempre colhem os frutos da bonança econômica. Este não é exceção. E as hegemonias recentes no Brasil foram minadas por frustrações econômicas. O eleitor sempre encontrou uma maneira de, nessas crises, manifestar o desejo de mudança. E recebeu a bola quem estava, como diria o Capitão Coutinho, no ponto futuro. Só isso. O problema é que para chegar a esses pontos futuros as forças da esperança precisaram atravessar, cada uma a seu tempo, um deserto particular.

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Elogio a oposição

Transcrevo abaixo o elogio carinhoso que Roberto Jefferson twittou. É de uma delicadela impar...
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Golpismo midiático



A direita pode levar a multidão às ruas, como eu vi em Caracas
A velha imprensa brasileira e a oposição ao governo Lula  passaram anos assombrando o país com o fantasma da “venezuelização”. O risco, diziam, era Lula adotar a tática do confronto – como Hugo Chavez.
Lula manteve-se impávido. Não confrontou. E apanhou durante 8 anos.
Agora, diante da iminência da derrota, a venezuelização” ressurge. Pela direita. A velha mídia e a oposição é que passam a adotar a tática golpista da oposição venezuelana. O tom é o mesmo.
A consequência - cá, como lá –  pode ser o povo na rua. Estive duas vezes em Caracas, e vi como as provocações da direita midiática só servem para mobilizar os chavistas. É um clima ruim para o país, desagregador.  
Quem escreve sobre isso é Vinicius Wu, na  “Carta Maior”.
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Velha Mídia quer “venezuelizar” o Brasil

por Vinicius Wu 

“Ressurge a Democracia! Vive a Nação dias gloriosos“

Trecho do Editorial de “O Globo” de 1 de abril de 1964.


No sombrio despertar das ditaduras latino-americanas, ditadores jamais se apresentaram enquanto tal. Golpistas jamais aplicam “golpes”. Na pior das hipóteses adotam “medidas extremas” para salvaguardar a democracia, a liberdade e, em casos mais graves, o “sagrado” direito à propriedade. Esta foi uma das “inovações” mais bizarras das ditaduras que emergiram no contexto da guerra-fria. Não é por acaso que até hoje, nos círculos saudosistas do regime militar, o golpe que depôs o Presidente eleito João Goulart seja saudado como “Revolução Redentora”.
De acordo com esta narrativa, as prisões, as torturas, o silêncio imposto à livre manifestação do pensamento e a perseguição política não foram mais do que gestos em defesa da “liberdade”. Até aí nada de novo. Porém, deve causar inquietação entre as forças democráticas no Brasil de hoje o ressurgimento desta retórica com uma força perturbadora ao longo das ultimas semanas.
Alguns dos principais jornais do país estão, há algumas semanas, trabalhando diariamente para imputar ao Presidente Lula a pecha de “ditador” e qualificar a eventual vitoria de Dilma como uma ameaça à democracia.

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Serra levou a fita original. A CNT ficou com a cópia...editada

A liberdade de imprensa, da imprensa e da empresa é total no Brasil. É tanto que o Pig extrapola e mistura tudo, liberdade com libertinagem. Isso claro, para usar o poder que tem e desinformar, manipular, difamar e caluniar adversários políticos [PIG é o partido da imprensa golpista], acusando de autoritários, ditadores etc e tal. Agora imaginem, Dilma, Lula ou qualquer filiado do PT exigir que um canal de TV lhe entregue a fita [original] gravada com algo que eles achassem ter algo constrangedor, embaraçoso...
O que diriam, o que fariam, quantos editoriais seriam escritos, quantas entrevistas seriam realizadas com "especialistas" para condenar esta agressão a Liberdade de Imprensa?...
E as notas de repudio que instituições tipo: OAB, ABI, CNJ etecetera, etecertera soltariam?...
Perderiamos a conta.
Mas, sendo o sr. José Serra, candidato da oposição, candidato do PSDB e [principalmente] candidato do PIG que fez isto, tem nada demais. É direito dele ficar com a fita original e o orgão de comunicação que gravou o fato que fique e divulgue a fita editada [como o Serra quis].
A corja é unida e conivente com os abusos do apadrinhado tucademo.
Mas, tudo bem. Deixa prá lá, prá frente é que as malas batem.
Vamos acabar com a reserva de mercado das familias Marinho, Civita, Frias, etc. Quando o congresso aprovar a liberação total do capital estrangeiro nestas empresas acaba com o oligopólio dos mafiosos da comunicação brasileira. 
Quem viver verá isso acontecer.

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Ataque a própria dignidade

A credibilidade é o maior patrimônio de um veículo de comunicação. Na medida em que avançam as novas ferramentas tecnológicas, a velocidade e a disseminação do processo de informação são intensificadas, tornando o patrimônio da credibilidade ainda mais importante.
Ocorre que, por uma escolha dos donos da grande mídia, há alguns anos a credibilidade de seus veículos vem sendo, pouco a pouco, dilapidada, exclusivamente em prol do objetivo de defender determinados interesses. Esse caminho aprofundou-se nas atuais eleições, na evidente preferência dos grandes meios de comunicação pelo candidato da oposição, José Serra.
A grande imprensa manteve durante o governo Lula uma “linha editorial” de ataques ao PT e ao governo, confundindo crítica e controle com tentativa de desestabilização. Contam-se nos dedos os casos de elogios a Lula e ao PT, mesmo quando os acertos são inegáveis.
Foi o caso da crise econômica mundial de 2009, quando o Brasil apresentou resultados positivos na economia, e o presidente Lula foi a público dizer que o tsunami da recessão não seria mais que uma marolinha aqui. A frase sofreu críticas e até gozações por parte de “analistas”.
Mas a realidade mostrou que a avaliação do presidente estava correta: o Brasil foi o último país a entrar na crise e o primeiro a sair dela. A ação governamental para evitar a crise foi rápida, inteligente e bem-sucedida, elogiada ao redor do mundo. Até hoje, no entanto, os críticos da grande mídia nacional não deram o braço a torcer e sequer reconheceram o exagero em relação ao presidente.
O cenário irreal com o qual tentam desgastar Lula e o PT se transformou em uma campanha anti-governo, na qual não são poupados nem os grandes patrimônios do povo brasileiro, como a Petrobras e o BNDES. Se o objetivo é obscurecer os avanços do Brasil e proteger seus interesses, a grande mídia transforma tudo no governo em escândalo.
Ocorre que, no fim das contas, a ação virulenta da grande imprensa contra quem não se alinha aos seus ideais e interesses é um atentado apenas contra a própria imprensa. Entre inverdades e opiniões ditas irrefutáveis, perdem cada vez mais reconhecimento como agentes sérios de fiscalização ou espaços válidos para o debate comprometido com os avanços do país.
E a razão é simples: o descompasso entre o que diz a grande imprensa e a realidade. Aliás, com base na realidade, no dia-a-dia, 80% dos brasileiros acham o governo Lula ótimo ou bom. Se a maior parte do espaço dedicado pela grande mídia ao governo reflete pautas negativas, como é possível um governo ser tão bem avaliado? A resposta reside justamente na credibilidade: o governo situa-se mais crível que a mídia quando o que cada um diz é confrontado com a realidade.
Parece-me legítimo que um veículo de comunicação escolha um lado nas eleições. Mas, ao fazê-lo, é fundamental informar seus leitores e a sociedade. Além disso, é preciso cuidar para que a cobertura jornalística se atenha aos fatos e às versões, deixando as opiniões para os espaços destinados a elas e as conclusões para os leitores.
Infelizmente, não é o que tem acontecido, porque a grande imprensa tem buscado, sistematicamente, atacar o governo e passar a ideia de que existe aparelhamento do Estado e isso levará à volta da censura e da ditadura no país. Pura invocação de fantasmas em período eleitoral.
Trata-se de tentativa de criar uma realidade “virtual midiática”. Bons exemplos foram o terrorismo que fizeram com a crise internacional e com a ameaça de gripe H1N1. Em ambos os casos, o governo Lula agiu com eficiência e precisão, sem alardes desnecessários.
A democracia brasileira também sofre com o comportamento da grande mídia, porque a comunicação de massa tem papel indispensável na democratização da informação e no controle social dos governos. Mas, para isso, precisa conquistar e manter a credibilidade, a partir de informações com respaldo na realidade.
Por não cumprir com sua função de informar, a grande imprensa afasta-se de sua responsabilidade social e coloca jornalistas, redatores, editores e os donos de jornal diante de algo como um juízo final. Ao imolar sua herança de credibilidade e legar uma enorme dívida com os fatos e com o jornalismo, os grandes veículos de comunicação vão transformando seu maior patrimônio em pó. E no afã de atingir os adversários escolhidos, acabam por atacar a si mesmos.

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CASA DE MARIMBONDO


por Carlos Chagas

          Caso Dilma Rousseff venha a ser eleita, o PT vai insistir num projeto denominado “Comunicação e Democracia”, que tentou e não conseguiu impulsionar durante o  governo Lula. O que era uma sugestão para o segundo mandato do primeiro-companheiro vê-se agora transformado em proposta para a suposta sucessora. Trata-se de proposta já  debatida no partido mas ainda não discutida com a candidata. São tantas e tão polemicas as mudanças sugeridas no sistema de comunicação eletrônica vigente que o mínimo a prever é uma crise dos diabos entre a mídia e o novo governo, caso ele se forme. 
      
      Sem análise mais profunda sobre o que o PT propõe, pelo desconhecimento do documento em sua integralidade, vale ressaltar que o texto sugere a elaboração de uma lei que dificulte, primeiro, e proíba, depois, a concentração da propriedade dos meios de comunicação eletrônica. Isso significa que um mesmo grupo ou conglomerado  encontrará dificuldades para possuir e para explorar diversas emissoras e canais de televisão e rádio.
       Sugestão paralela é de regulamentar o dispositivo constitucional até hoje inócuo, que proíbe a existência de oligopólios nos meios eletrônicos de rádio e televisão.
Outra novidade será a criação de conselhos populares que participariam da decisão hoje entregue ao governo e ao Congresso para a renovação e concessão de canais de rádio e televisão. Mais uma: a criação da Secretaria de Democratização da Comunicação, um mini-ministério subordinado diretamente à presidência da República.
    
     A regulamentação da publicidade no setor público também faz parte do documento, assim como incentivos legais e econômicos para o desenvolvimento de jornais e revistas independentes. 
    
   Aqui para nós, se essa proposta progredir e vier a fazer  parte das metas e objetivos de Dilma, é bom tomar cuidado, porque o governo estará enfiando não só  o braço, mas o corpo inteiro numa imensa casa de  marimbondos.
   
O governo Lula tentou três vezes bater de frente com a mídia. Primeiro, ao endossar no Congresso um projeto conhecido como "Lei da Mordaça", que se aprovado proibiria juízes, promotores e delegados de polícia de prestarem declarações à imprensa sobre processos ainda em andamento. Seria uma agressão à liberdade de divulgação de notícias. Por exemplo: na maioria dos processos por corrupção, ficariam jornais, revistas, rádios e televisões impedidos de noticiar o nome dos acusados e as acusações respectivas, sob pena de ver punidos os agentes do poder público responsáveis pelas informações. Imagine-se o caso dos sanguessugas e dos dois mensalões: nenhum dos ladravazes hoje conhecidos teria tido nome e  fotografia expostos pelos  meios de comunicação. 
    Felizmente, o Congresso arquivou a "Lei da Mordaça", com anti-democrática e lesiva aos interesses da sociedade.
Depois, o governo tentou criar a Agencia Nacional do Audiovisual, que engessaria a produção de cinema e vídeo, subordinando-a aos interesses de quem estivesse no poder.   Novo recuo, dado o radicalismo da proposta.  
  
     Em seguida veio o projeto  do Conselho Federal de Jornalismo, da mesma forma sepultado no Legislativo, mas tão eivado de veneno a ponto de permitir a suspensão do exercício da profissão, quer dizer, do direito de trabalho, de jornalistas que porventura contrariassem a opinião dos dirigentes da entidade. Aliás, nomeados  pelo governo.
     Agora, mais uma vez, o partido do presidente e talvez da presidente  da República tentará enquadrar os meios de comunicação. 

É evidente que oligopólios são nefastos e que a concentração da propriedade jornalística é um perigo capaz de gerar a uniformidade das notícias e das opiniões, não fosse o detalhe chamado de concorrência. 
     
     Quanto aos "conselhos populares", quem os convocaria e reuniria? Já existe o Conselho de Comunicação Social, mesmo paralítico, mas na teoria funcionando como um apêndice na mesa do Senado, dispondo apenas de funções consultivas. Seria extinto,  mesmo tão  desimportante?
   
    A criação da  Secretaria de Democratização da Comunicação seria apenas mais um cabide de empregos ou teria a seu cargo municiar o presidente da República de queixas e reclamações contra a imprensa? E de sugestões para reprimi-la?
      
Regular a atividade publicitária no setor público até que parece  acertado, mas desde que  para impedir o fluxo de dinheiro fácil para os  meios de comunicação, de forma a conquistar-lhes as boas graças e a simpatia.
      
Não dá  para entender a última sugestão, de programas de incentivos legais e econômicos para o desenvolvimento de jornais e revistas independentes. Independentes de que e de quem? Do governo? Das empresas estatais cuja publicidade  tão bem se encontra  manipulada?
      
Nas poucas vezes em que a candidata abordou a questão da mídia, não fechou as portas para uma espécie de controle administrativo, mas enfatizou sempre não admitir nada que pusesse em jogo o conteúdo dos meios de comunicação. Vamos ver se, no caso de eleita, cederá  a pressões dos companheiros e mudará  de opinião.
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Estou vendendo um dossiê por mim mesmo produzido, de livre e espontânea vontade. Ninguém me pediu ou pagou para elaborar este dossiê, embora reconheça que os dados e informações que ele contém já tenham me rendido alguma grana.
A palavra dossiê, diz o Houaiss, é um masculino, "série de documentos importantes que tratam, revelam a vida de um ou mais indivíduos, de um país, de uma instituição etc.; pasta, arquivo ou fichário que contém estes documentos. Tem origem francesa, dossier, encosto, espaldar de uma cadeira, de uma cama.
Parte importante da imprensa brasileira criminalizou a palavra dossiê, é possível que um filho que, ao chegar em casa, informe ao pai que está fazendo um dossiê na escola, fique sem a mesada (já que o Lula proibiu palmadas).
Roubar provas de processos, documentos públicos, violar segredo de justiça, sigilos fiscais, bancários, telefônicos, conversas com analistas ou confissões ao padre, conversas obtidas com grampos telefônicos ilegais, incluir tudo ou parte disso num dossiê e vender ou chantagear pessoas, plantar estas informações na imprensa, divulgá-las, tudo isso é crime, vários crimes diferentes.

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São Paulo vai jogar no lixo a história da TV Cultura? PSDB ameaça emissora

por Rodrigo Vianna
Aprendi a “fazer televisão” na TV Cultura de São Paulo. Trabalhei durante quase três anos lá, entre 92 e 95. Época de ouro. Presidida por Roberto Muylaert, e com Beth Carmona na direção de programação, a Fundação Padre Anchieta (mantenedora da TV Cultura) era um lugar delicioso para se trabalhar. Havia liberdade, incentivo à criatividade e à inovação.
Conto essa história porque me causa tristeza profunda ler a nota publicada porDaniel Castro, no R-7. Sob comando de João Sayad, os tucanos agora querem terminar o serviço na TV Cultura. Falam em demitir 1.400 pessoas. O último que sair apaga a luz.

Quando trabalhei lá, as luzes estavam sempre acesas! Havia estúdios modernos, bons equipamentos, salários mais do que razoáveis. Lembro que os câmeras e técnicos em geral tinham duas referências em São Paulo: Globo e Cultura. Eram as duas TVs que ofereciam melhor remuneração e melhores condições de trabalho.
Era a época do “Castelo Rá-Tim-Bum”, do “X-Tudo”, e do auge de programas como “Vitrine”, “Metrópolis”, “Grandes Momentos do Esporte” e tantos outros. Como jovem repórter (entrei na TV com 22 anos), eu integrava a equipe do “60 Minutos” – um telejornal que ia ao ar das 12h às 13h. Tempos heróicos. Com quatro ou cinco equipes de externa, a gente punha no ar todo dia 1 hora de jornalismo. Muito factual, muita entrada “ao vivo”. E uma equipe inesquecível.
Não vou citar nomes para não cometer injustiças, lembro apenas do Marco Nascimento (diretor de jornalismo sério e com talento pra formar equipes) e da Malice Capozoli (chefe de redação que comandava com segurança e carinho a produção do “60 Minutos”).
Ah, mas a audiência era baixa, dirão alguns. Não era! O “Castelo”, por exemplo, chegou a dar 15 pontos de média no começo da noite. Incomodava as novelas da Globo e ficava em segundo lugar. O “60 Minutos” conseguia 5 pontos de média. Era a segunda audiência em São Paulo na hora do almoço. O “Jornal da Cultura”, à noite, dava cerca de 4 pontos (mais ou menos o que consegue hoje  o “Jornal da Band”).
Sabem quem era o governador naquela época? Fleury. Posso dar meu testemunho: nunca interferiu na programação, nunca fez lobby por esse ou aquele assunto. Cobríamos tudo, com liberdade. Quando o mandato dele terminou, Fleury deu uma entrevista no “Roda-Viva”. Eu estava entre os entrevistadores, e lembro de ele ter dito: “nem sei quem é o diretor de jornalismo da TV Cultura, nunca conversei com ele”. Achei aquilo sintomático. O Marco Nascimento (de quem sou amigo) nunca tinha ido ao palácio fazer “beija-mão” do governador. Era assim que as coisas funcionavam.
O Muylaert  (que presidia a Fundação) tinha proximidade com FHC, virou até ministro dele no começo do primeiro governo. Durante a campanha presidencial de 94, nunca pediu nada ao jornalismo. Cobrimos Lula e FHC com total liberdade.

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Mercadante Sabatinado I

  • B.O Online

    Mercadante propõe disponobilizar todos os boletins de ocorrência na internet, com a localização de cada um, para que a população saiba o quão violenta é determinada região ou bairro do Estado.

  • Unificação das polícias civil e militar em SP

    "Isso não compete ao governador, depende da Constituição brasileira".

  • Nossa Caixa, Nosso Banco

    "Eles sempre subestimaram a resposta do Brasil", disse Mercadante, comentando a venda da Nossa Caixa, banco estatal paulista, durante a crise econômica que atingou o país entre 2008 e 2009. "Sou favorável a criar uma agência de desenvolvimento", afirmou.

  • Falta de reajustes salariais para o funcionalismo

    Mercadante: "Imagine se você, na Folha, fica cinco anos sem receber reajuste?".

  • Aprovação automática

    "A escola que exige, o aluno dá mais. Você tem que ter avaliação; não para reprovar, quando tem deficiência, tem de corrigir", disse o petista. "Imediatamente nós vamos acabar com a aprovação automática".

  • Professores

    O senador criticou a ausência de planos de carreira para os professores estaduais, além da má remuneração e o que chamou de "borrachada e cassetete ao invés de diálogo" nas negociações salarias da categoria com o governo tucano. Prometeu, ainda, dar um laptop para cada professor do Estado.

  • A história mostra...

    "Futebol é uma coisa fundamental na cultura do paulista. Eu quero só lembrar que Tóquio ficou fora da Copa (do Japão e da Coreia, em 2002) por causa da mesma indefinição que existe aqui", disse.

  • Copa de 2014 em São Paulo

    "Primeira coisa que eu vou fazer se for eleito vai ser sair do muro", alfinetou o senador em referência à postura do governo do Estado em relação à presença do estádio do Morumbi na Copa.

  • Correlação de forças

    Mercadante conta que foi convidado duas vezes pelo presidente Lula para ser ministro da Fazenda, mas que preferiu ficar no Senado para garantir apoio ao governo nas votações.

  • Estradas e pedágios

    "Há um abuso nas tarifas (de pedágio) (...) Existe uma cláusula de equilíbrio econômico e financeiro que permite alterar o contrato", diz o petista, que propõe a implementação do sistema de pagamento de pedágio pelo quilômetro efetivamente rodado.

  • Quem erra?

    "Evidente que o erro é nosso (e não do eleitor). Nós que não fomos capazes de convencer o eleitor", afirmou Mercadante, ao comentar as sucessivas derrotas do PT para o PSDB na disputa pelo governo paulista.

  • Educação

    O petista criticou a "privatização da qualidade de ensino em São Paulo". "Estamos muito longe de ter uma educação de mínima qualidade".

  • Alternância

    Mercadante cita "alternância de poder" como algo "positivo para a democracia", ao se referir ao tempo em que o PSDB está no poder em São Paulo. Mas se esquiva de dizer o mesmo quando confrontado com a possibilidade de Dilma Rousseff (PT) suceder Lula na presidência da República.

  • Cobertura da imprensa

    "Na hora em que a imprensa começar a dar a atenção que essa eleição merece, eu acho que nós vamos crescer muito mais rapidamente", diz o candidato.

  • Trânsito em São Paulo

    Citando pesquisa Ibope, Mercadante diz que, "em 16 anos de PSDB, as pessoas perderam 1 ano e meio no trânsito em São Paulo".

  • Oligarquia

    "A oligarquia mais longa da história política recente do Brasil é o PSDB em São Paulo", critica Mercadante, ao se referir aos mais de 15 anos de permanência do partido no poder no Estado

  • Pesquisas

    Segundo a última pesquisa divulgada pelo Datafolha, Mercadante conta com 16% das intenções de voto, contra 49% de Alckmin e 11% de Russomanno.

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