SERRA NÃO GANHA DE NOVO, DILMA VENCE E SÓ MARINA PERDE
Nivelar por baixo
Com esse editorial, O Globo, certamente acha que seus leitores são débeis mentais, ou possuem pouca memória.
O Globo falando em "vicio patrimolialista" é a maior piada.
Queria saber de O Globo o que a Familia RM, proprietária de O Globo, fez durante mais de 70 anos? Não foi defender o pratrimonialismo?
O Globo acha que o Brasil não sabe que todos os ministros do presidente Sarney passavam pelo crivo de Roberto Marinho?
O Globo acha que ninguém sabe que Sarney, como ACM, só conseguiram ser proprietários e representante da TV Globo no Maranhão e Bahia, pelo favores patrimonialistas prestados ao sr. RM?
O Globo novamente tira um sarro da cara do leitor ao dizer que a preocupação ética que move Renan é diferente da que move Arthur Virgílio.
Piada pronta, para enganar os incautos.
É por esses absurdos que a cada dia nossos jornais tem menos leitores.
Nivelar por baixo
É proverbial o vício patrimonialista do clã Sarney, um traço deletério da cultura da vida pública brasileira mais visível no Norte/Nordeste, porém presente, também, e nem sempre de forma pouco ostensiva, nas demais regiões. Parece um esporte nacional nas diversas esferas de poder. Por isso, sucedem-se e continuarão a aparecer evidências da mistura de dinheiro público com o patrimônio privado no âmbito da família maranhense.
O ponto a saber é como a avalanche de denúncias será processada no Senado, na volta do recesso, a partir da semana que vem. Se Lula continuar a considerar a permanência do senador José Sarney no cargo de presidente da Casa como essencial para a "governabilidade" da candidatura Dilma e da CPI da Petrobras, pode-se esperar um cerrado e nada edificante tiroteio no Conselho de Ética.
Aliás, diria Millôr Fernandes, não deve ser chamado de conselho com "c" maiúsculo, e tampouco de ética, algo presidido pelo senador sem votos Paulo Duque (PMDB-RJ), suplente do suplente de Sérgio Cabral, e que já antecipou a decisão de rejeitar qualquer representação contra Sarney. Nestas circunstâncias, Conselho de Ética é uma contradição em termos.
Às representações contra Sarney - eram 11 até ontem - a tropa de choque comandada por Renan Calheiros (PMDB-AL) responderá com a mesma munição, tendo o tucano Artur Virgílio (AM) como um dos alvos, por ter sido empregador confesso de um funcionário fantasma no gabinete - pago, portanto, com dinheiro do contribuinte - e aceitado um empréstimo do diretor-geral da Casa, Agaciel Maia, para saldar contas pessoais.
Os casos merecem mesmo ser avaliados sob o ângulo do decoro parlamentar, como nos de Sarney. Mas não é a preocupação com a ética que move Renan e companhia; apenas a intenção de ter poder de fogo para negociar uma saída em que, entre mortos e feridos, todos se salvem.
A estratégia está centrada na falaciosa idéia construída para salvar Lula do mensalão de que, se todos cometem um crime, ele deixa de ser crime. Neste contexto, quem não se salvará será a instituição do Congresso, infelizmente.
O governo trabaia. A oposição atrapaia
Picareta por picareta
Podem falar o que quiserem , mas o Lula está dando um banho em matéria de competencia política. Também pudera, vindo de operário , chegando onde chegou e com toda a experência que tem, não seriam aprendizes de feiticeiro, jornalistas - economistas-cozinheiros, que iriam lhe passar uma rasteira. Pelo menos nisso podemos nos orgulhar de nosso políticos.
Corruptos e hipócritas
Não sou filiado a nenhum partido. Já fui do PDT. Hoje sou LULA e serei Dilma amanhã. O PMDB e o Sarney não prestam. Mas não dou os dois pela demagogia dessa imprensa e oposição apodrecida.
PIG relativiza crimes
Virús PIG - 171
Lustrosas
Será que a mídia americana vai derrubar Barack Obama porque o país é campeão em vítimas da gripe suína, como parece querer fazer no Brasil?
O senador Artur Virgílio até hoje não apresentou recibo provando que pagou ao Senado os dez mil euros que o diretor-geral da casa, Agaciel Maia, que ele acusa, com tanta veemência, lhe emprestou para gastar em Paris. Por que será este ódio? Por causa da cobrança?
Collor
O que os meios de comunicação querem mesmo é que Lula rejeite o apoio destes senadores, fique sem apoio parlamentar e perca o mandato como Fernando Collor. Ele preferiu governar, com apoio da maioria nas duas Câmaras Legislativas que é composta de tais parlamentares. Ficar sem o voto deles significa perder o posto. Só isto. É o que, aliás, quer a mídia golpista.
PSDB entoa oração de São Francisco
Fábio Campos
UMA MERCADORIA POSTA SOBRE O BALCÃO
Notem que o PSDB, nas declarações públicas do “porta-voz” João Jaime Marinho, o deputado estadual da confiança de Tasso Jereissati, não falou de outra coisa que não fosse a relação da bancada e dos prefeitos tucanos com o Governo. Uma relação que se resolve da forma que se tornou tradicional no Brasil. O comportamento tucano estabelece o balcão e elimina a possibilidade de um debate, digamos, mais nobre. A mercadoria posta sobre o balcão é o apoio do PSDB à reeleição de Cid Gomes. A julgar pelas circunstâncias, um apoio que talvez nem seja determinante. É provável que o mais importante para Cid não seja o apoio tucano nas eleições, mas sim a manutenção do apoio a seu Governo da bancada do PSDB na Assembleia Legislativa. Afinal, bastaria uma rebelião tucana no Legislativo para fazer um respeitável estrago político. Mas, alguém no mercado aposta no rompimento dessa bancada com o Governo? Talvez seja mais fácil a maioria dos deputados do PSDB deixar a sigla do que deixar de apoiar o atual governador.
É DA NATUREZA DOS TUCANOS
A situação dos tucanos não é nada confortável. Possuem um candidato a senador, mas não têm um nome à altura para disputar o Governo do Ceará. Ou seja, no âmbito estadual não possuem o que a crônica política se acostumou a chamar de “expectativa de poder”. Está claro que, se depender das eleições de 2010, não há perspectivas para os tucanos voltarem a se apoderar da caneta do Poder Executivo, essa varinha de condão que faz água do semi-árido se transformar em espumante. Porém, as coisas podem ser menos ruins se o PSDB fizer o sucessor de Lula. Não fazendo, o quadro será ainda mais complicado para os honoráveis tucanos. Sem um presidente da República do partido e sem o governador da sigla, a tendência será diminuir ainda mais de tamanho. Uma aposta: a bancada que o partido eleger em 2010, mesmo que mantenha o tamanho de hoje, será governista e passará bem longe da ideia de ser oposição. Ser governista, como a realidade já comprovou, é um componente da natureza da bancada tucana na Assembleia.
A ARTE DE ENGROSSAR O PESCOÇO
Não custa lembrar. O PSDB não compôs oficialmente a aliança em torno de Cid Gomes nas eleições de 2006. O partido apoiou a reeleição de Lúcio Alcântara mesmo que seu maior líder, Tasso Jereissati, não tenha feito campanha para o então governador. Eleito no primeiro turno, Cid tratou de atrair o PSDB para a sua base. Não foi difícil. Pelo contrário. Para os tucanos, juntou a fome com a vontade de comer. Os deputados estaduais do PSDB concretizaram o desejo de se manter bem perto da caneta. Para Cid, foi uma ótima solução para manter sua tranquilidade política na Assembleia. Tudo muito pragmático. No fim das contas, agregar-se ao Governo permitiu ao PSDB manter, além de sua bancada estadual, a base de prefeitos. Portanto, Cid foi um bom patrono para os tucanos. Agora, o partido faz de conta que pretende engrossar o pescoço. Vamos ver.
Pedro Simon e estórias de carochinha
Liberdade sim
PIG sem limites
Grampo já foi escândalo
- Enviar e-mail a todos os 81 senadores exigindo que aprovem uma lei que o parlamentar terá o direito de nomear apenas o seu chefe de gabinete. Todos os demais trabalhadores que prestem serviço ao parlamentar tem obrigatoriamente de serem concursados.
José SarneyDilmizíssimo da Silva
Os políticos e a imprensa
por Sonia Montenegro,
Em 25 de abril de 1984, a emenda que viabilizaria a eleição direta foi derrubada, apesar do grande movimento popular que clamava a volta da democracia e o direito ao voto.
Neste tempo, o político mineiro Tancredo Neves, apesar de comparecer aos comícios das Diretas Já, torcia para que a emenda não fosse aprovada, para que ele pudesse se candidatar pelo PMDB, e ser eventualmente eleito presidente pelo Colégio Eleitoral. Tancredo sabia que sua única chance seria a eleição indireta.
Em 23 de julho, PMDB e PFL assinam aliança Tancredo-Sarney, como candidatos do Colégio Eleitoral para a escolha do novo Presidente e vice da chamada “nova” República.
Tancredo conseguiu a aprovação da imprensa, já havia se entendido com o Roberto Marinho das Organizações Globo, e construiu uma grande aliança que garantiu sua vitória no Colégio Eleitoral, porém, na véspera de sua posse, foi internado, sofreu 7 cirurgias, vindo a falecer
Sua morte só foi anunciada à nação no dia 21 de abril, para coincidir com a morte de Tiradentes, seu conterrâneo e mártir da independência. Tancredo era então o mártir da República. Enquanto ele agonizava, a imprensa o beatificava, com matérias e reportagens que geraram uma comoção popular, como de costume, aliás.
Em 15 de março de 1985 Sarney assume provisoriamente a presidência, e em 22 de abril, definitivamente. Nesta altura, já tinha tido vários mandatos como deputado, governador biônico (eleito indiretamente) do Maranhão, senador e presidente do PDS. Sua vida pública já era conhecida de todos, mas teve apoio no Congresso e conseguiu inclusive aumentar em mais 1 ano o seu mandato. Depois de deixar a presidência, elegeu-se senador pelo Amapá e compunha a base de apoio do governo de FHC.
Em 2002, sua filha, Roseana Sarney se candidata à presidência pelo PFL e começa a ameaçar a ida do tucano José Serra para disputar o 2º turno da eleição com Lula. Isso deixou os tucanos de orelha em pé, com a certeza de que alguma coisa teria que ser feita para impedir a vergonha do candidato de FHC não chegar nem ao 2º turno.
No dia 1º de março de 2002, a PF invade o escritório da Lunus (MA), empresa do marido da então candidata à presidência Roseana Sarney, e encontra R$ 1,3 milhão no cofre. A imprensa divulga imediatamente a pilha de dinheiro e derruba a candidatura da Roseana.
Em 20 de março, o senador José Sarney, pai de Roseana, faz discurso no plenário e acusa textualmente o candidato José Serra como o responsável pela ação da PF. Todos os envolvidos nela eram “gente do Serra”. Não se tem notícia de que tenha sido processado por seu discurso, nem que tenha sido ameaçado por “quebra de decoro”, pelas graves acusações que fez.
“Acusam a governadora pela aprovação da Usimar e esquecem o ex-ministro José Serra, que responde ao processo 96.00.01079-0 por ‘improbidade administrativa - ressarcimento ao erário’, a outra ação, 2000.34.00.033429-7, com a finalidade de ‘reparação de danos ao erário’, e ainda a várias outras ações ordinárias, cautelares, civis públicas, populares”.
O texto acima serve apenas para mostrar a hipocrisia dos políticos e da imprensa:
1- Tancredo fingia que apoiava o movimento pelas Diretas, mas torcia para que não fosse aprovada. Obviamente, a imprensa tinha conhecimento de tudo, mas como não interessava, não divulgava. (Há pouco tempo o jornalista Maurício Dias escreveu a esse respeito em Carta Capital)
2- Sarney, quando era da base de apoio do governo FHC era um político ilustre. Foi presidente do Senado no 1º ano do mandato de FHC (entre 1995 e 1997), seguido de ACM, Jader Barbalho...
3- As abundantes irregularidades do Senado agora denunciadas, já acontecem há pelo menos 15 anos, segundo se diz, mas só agora existe um real interesse em denunciá-las. Aliás, mais uma vantagem de ter Lula no poder: pela 1ª vez, os políticos que mandaram e desmandaram por todo tempo neste país querem apurar as irregularidades, embora retrocedam quando estas retroagem a 2002. FHC espertamente disse que o que aconteceu no seu governo já faz parte da história.
4- Renan Calheiros renunciou à presidência do Senado porque tem uma filha fora do casamento (reconhecida por ele) que foi sustentada por um empresário, mas FHC tem um filho também fora do casamento (não reconhecido por ele), que é sustentado pela Rede Globo (sua mãe é jornalista global, e foi transferida para a Espanha, para não causar transtornos ao pai), mas disso a imprensa não fala, exceto a revista Caros Amigos, que divulgou o fato, e não foi acionada nem contestada. Agora Renan é corrupto, mas ele foi Ministro da Justiça de FHC.
5- Sempre que são feitas denúncias de corrupção, a imprensa elege os “arautos da moralidade” para fazer seus comentários indignados. Os cidadãos desavisados tendem a acreditar que essas figuras são corretas, o que não corresponde à realidade. É pura hipocrisia!
6- Se a imprensa tivesse compromisso com a verdade, escolheria aqueles com ficha limpa, tendo portanto uma enorme responsabilidade pela péssima qualidade do nosso legislativo.
7- A imprensa apoiou o golpe de 64, a ditadura, o Collor, o FHC, e continuará apoiando o que de pior existe na política brasileira, para preservar seus interesses e de seus anunciantes. Essa é a sua lei maior!!!
8- José Agripino Maia é primo de Agaciel Maia, que em 19 de junho último casou sua filha, e contou com a família de Agripino pra prestigiar a festa! Fez-se na política nos tempos da ditadura, quando a corrupção não era noticiada pela imprensa, mas ainda assim, basta procurar para encontrar uma série de denúncias e irregularidades em sua vida pública, como dinheiro “por fora” para campanhas eleitorais. É dono também de alguns veículos de comunicação.
9- Heráclito Fortes também é político dos tempos da ditadura, e faz parte da “tropa-de-choque” do banqueiro condenado Daniel Dantas. Tinha em seu gabinete, desde 2003, como funcionária fantasma morando em São Paulo, Luciana Cardoso, filha de FHC. Recentemente defendeu o pagamento de R$ 6,2 milhões em horas extras para 3.883 funcionários durante o mês de janeiro, em pleno recesso, quando não houve trabalho parlamentar no Congresso.
10- Arthur Virgílio é o rei da cara-de-pau. Bradava contra o caixa 2 do PT, que chamam de “mensalão” apenas para dar uma impressão de maior gravidade, mas em entrevista ao Jornal do Brasil em 19/11/2000, reconhece que “foi obrigado” a fazer caixa 2 na campanha para o governo do Amazonas, e que podia reconhecer o fato publicamente porque o crime já prescrevera. Quando foi prefeito de Manaus, teve nada menos que 46 operações e obras classificadas de irregulares, por uma auditoria no Tribunal de Contas do Município (TCM) JB 18/3/92. Recentemente, divulgou-se que seu assessor pediu a Agaciel US$10 mil, garantindo que um rateio entre “amigos” quitou o empréstimo. Agaciel nega ter recebido. Por atos secretos do Senado, contratou seu professor de jiu-jitsu, 3 filhos de seu subchefe de gabinete Carlos Homero Nina Vieira, um deles morando na Espanha, e ainda a mulher e a irmã de Nina Vieira, sem contar os gastos R$ 723 mil com despesas médicas de sua falecida mãe, em 2006.
Esses são os políticos que a imprensa escolhe para dar depoimentos condenando a corrupção. Seria cômico se não fosse trágico!
Claro está que a intenção da imprensa e da oposição não é absolutamente a de moralizar o Senado, mas toda essa repentina perseguição ao Sarney tem alguns objetivos importantes para a oposição: paralisa o Senado, em tempos de crise mundial, prejudicando o governo e principalmente o país, e intimida os parlamentares da base de apoio deste governo. É como se estivessem dizendo a todos os parlamentares: cuidado, apoiar o governo Lula é muito perigoso!!!
Sutileza
O caso Sarney-Virgílio é um excelente exemplo para se comparar a sutileza dos profissionais (Sarney) com o amadorismo truculento dos amadores (Arthur Virgilio e seus padrinhos midiáticos).
Há uma situação concreta de hábitos e vícios arraigados no Congresso. Como faziam parte dos usos e costumes, todos se esbaldaram. Como a imprensa decidiu escandalizar seletivamente, seletivamente outros senadores poderiam entrar no imbróglio.
Quando o Estadão iniciou seus ataques seletivos contra Sarney, e Arthur Virgilio fez seus discurso “arrasa(-me) quarteirão” - sem o pronome, criação da Dora Kramer -, criou-se um quadro novo, com novos elementos que teriam que ser pesados pelos dois lados, para saber como agir. É aí que o craque se diferencia do perna-de-pau.
1. O lado do Virgilio usou a tática “arrasa(-me) quarteirão”, de ameaçar espalhar lama para todo lado.
2. Sarney avisou seus pares que a crise é da instituição, que todos praticavam o que, de repente, virou escândalo, mas que ele, Sarney, jamais cometeria a baixeza de sair atirando. Uma coisa é Sarney por cima; outra, é o que se pode esperar de um político humilhado no final da carreira.
A primeira hipótese - Sarney fora - significaria os escândalos na fila de espera. Depois de atingido o objetivo - almoçar Sarney - a mídia iria engolir outros de sobremesa. E os aliados de Sarney e os situacionistas tratariam de vazar os dados sobre o lado contrário.
A segunda hipótese - de Sarney ficando, e fortalecido - significaria instaurar o armistício até que as reformas sejam completadas. Uma possibilidade de interesse tão generalizado, que foi encampada pelo próprio presidente do PSDB, Sérgio Guerra.
Ou seja, o grande campeão da moralidade, o homem do discurso “arrasa-quarteirão”, Arthur Virgilio, arrasou-se. Mas deixou uma promessa no ar, para os milhões de espectadores, leitores que o viram: vender patrimônio para ressarcir o Senado das despesas de tratamento de sua mãe.
Luis Nassif
O charme do humorismo
Se os fatos levam a vantagem da materialidade, as explicações têm o charme do humorismo.
O senador José Sarney (PMDB-AP), por exemplo, nunca soube que determinadas decisões não eram publicadas. Não ficou sabendo nem quando foi para nomear ou demitir pessoas próximas dele. Próximas mesmo. Tem muita gente distraída em volta do presidente Sarney, inclusive ele próprio. Ou talvez falte a Sarney experiência administrativa.
Quem já andou pelo serviço público sabe a importância dada à publicação de nomeações e demissões. Mas a turma de Sarney, pelo jeito, não estava nem aí para essas bobagens.
Até porque os servidores decidiam tudo por conta própria. Você é um graduado funcionário do Senado Federal e cai na sua mesa um ofício nomeando Fulano, ligado ao senador Sicrano, para um cargo. Por que importunar o senador com questiúnculas? Você mesmo decide se publica ou não, se manda para a gráfica ou se guarda na gaveta.
E o incrível é que nunca nenhum senador reclamou de não ter visto publicados atos do interesse dele!
Isso mesmo. Foram mais de seiscentas medidas ocultadas, mas não se conhece um único caso de senador que na época tenha se preocupado com o porquê da não publicação. Contem outra. Senadores e deputados costumam acompanhar essas coisas (nomeações, demissões) com lupa. É uma parte vital da função política, pois funciona como medida de poder. Mas aqui foi diferente. Ninguém quis saber. Será?
É graças a essas (e outras) que não cola tentar limitar a crise do Senado à esfera administrativa. O problema não é administrativo. É político. Convém aos senadores a versão de que eles, distraídos, não perceberam a bagunça que rolava nos subterrâneos da Casa. Só que a versão fica frágil quando se olha para um ato secreto e se nota nele a marca do interesse de sua excelência.
Daí que deva ser vista com reserva a proposta do PT e do PSDB de instalar uma comissão de “alto nível” para conduzir as providências gerenciais no Senado. Aliás, está na hora de descartar essa separação entre políticos de diferentes níveis. Todas as figuras senatoriais metidas na confusão são titulares, detentores de sólida carreira política e acostumados a receber belas votações.
Tem muito suplente no Senado? Tem. Mas eles não mandam. Chega de fazer o suplente de boi de piranha. Enquanto ele é roído pelos jornalistas, a boiada dos espertos titulares atravessa sorridente sem ser importunada.
Ditado popular
"Jamais aceitaria aplicar um golpe na atual Mesa", disse Fortes. "Intervenção, não! Grupo para controlar a Mesa, não! Bedel de secretário, não!", Heráclito Fortes - DEMO -.
Saab - patrocina viagem de senadores da oposição
Os impolutos senadores do PSDB Eduardo Azeredo, Flexa Ribeiro, Sérgio Guerra e o pmdbeserrista Jarbas Vasconcelos, estão em Estocolmo, a convite do governo local. Visitam a Saab - fabrica de aviões-caça - que pretende vender ao Brasil seus produtos.