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A molície dos antigos Bacos

[...] – Se quiseres, se quiseres, eu te farei o soberano das almas, e tu serás o senhor da matéria viva, ainda mais do que o escultor o pode ser da argila; e conhecerás o prazer, ininterruptamente renovável, de sair de ti mesmo para te esqueceres em outrem, e de atrair as outras almas até confundi-las com a tua.
Charles Baudelaire

Poesia

Águas de Forestier

O vinho que toca seus lábios
desperta o pecado
em um pobre pagão
que sonha com o paraíso,
onde todas as águas
se transformam em vinho,
dos rios, lagos, marés e cachoeiras,
salgadas, doces, porém todas vermelhas.
Lavando seus pés,
molhando os seus seios,
escorrendo sobre todo seu corpo
o doce veneno,
que nos embriaga a sede de outras paixões.
Pequenos Bacos
brincando de serem anões,
e todo pecado será desculpado
por todo motivo impulsionado por prazer.
Toda musa será deusa,
todo ateu será José,
e o pecado é não beber
da fonte das águas de Forestier.
Cristiane Neder