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CEO da Google: "Internet desaparecerá"

Para Eric Schmidt, rede se tornará tão disseminada no futuro que nós deixaremos de notar que estamos conectados a ela


Schimdt (à esquerda) com Sheryl Sandberg, do Facebook, durante palestra em Davos
Jean-Christophe Bott/AP - 22.1.15
Schimdt (à esquerda) com Sheryl Sandberg, do Facebook, durante palestra em Davos
A internet vai desaparecer - ou, mais precisamente, nós deixaremos de notar que estamos nela. A previsão é de Eric Schmidt, presidente-executivo do Google.
"Eu vou responder muito simplesmente que a internet vai desaparecer", disse Schmidt na quinta-feira (22), durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos (Suíça), segundo vídeo disponibilizado pela rede de TV norte-americana CNBC.
Entretanto, a frase não quer dizer que a internet seguirá o mesmo caminho dos filmes fotográficos e dos disquetes. Como indicou Schmit na sequência, seu entendimento é que a rede será de certa forma inescapável.
E o que garante essa ubiquidade é o IPv6, o novo protocolo que permite um número infinitamente maior de endereços IP (espécie de RG de cada equipamento na internet).
"A internet... vão ser tantos endereços de IP por causa do IPv6, tantos dispositivos, sensores, coisas que você estará vestindo, coisas com que você estará interagiando, que você não vai nem sentir, vai ser parte da sua presença o tempo todo", disse Schmidt.



Chrome OS

[...] Google e nuvens

Num mundo conectado, as empresas precisam levar seus negócios para dentro da rede o mais rápido possível. E a Google está mais do que concentrada nesse assunto. Tanto que Amit Singh, vice-presidente mundial de vendas e desenvolvimento de negócios da gigante das buscas, disse ao GLOBO nesta quarta-feira, no Rio, que em breve a empresa vai lançar oficialmente seu notebook com o sistema Chrome OS. Ele reúne os programas do Google Apps num esquema baseado no desenho do browser Chrome e está num programa-piloto.
- Ainda não temos uma data, mas será muito em breve. E chegará para os usuários também. Vários clientes já estão testando o aparelho - disse Singh. - Já são 30 milhões de empresas usando o Google Apps, e a "nuvem" da internet é parte fundamental para baratear o custo dos negócios, enquanto assegura forte capacidade de processamento para aplicativos complexos.
Questionado sobre possíveis riscos de segurança com os aplicativos todos inseridos na nuvem - veja-se a rede do PlayStation fora do ar -, Singh explica que a nuvem do Google é diferente.
- Nossa segurança é maior, porque, em vez de botar os aplicativos em servidores, nós os picotamos em mil pedacinhos, numa espécie de sistema criptográfico - explica. - O aplicativo ou arquivo só fica disponível na hora em que o usuário o solicita. Assim, fica bem mais difícil violar os dados. E a rede é global, então eles podem ser reunidos a partir de qualquer lugar, caso haja algum problema.
A própria Google combina sua nuvem com o sistema móvel Android para alimentar aplicativos com algoritmos complicados como a busca na internet acionada por voz.
No evento Global Convergence Forum, da Accenture, uma demo do aplicativo reconheceu automaticamente uma imagem do Copacabana Palace capturada de um recorte de papel e exibiu informações sobre o hotel. Em seguida, capturou de um jornal um jogo de sudoku e o resolveu automaticamente.
Sob nova direção: o estilo de Larry Page como CEO
Singh também comentou que Larry Page, cofundador do Google que reassumiu a empresa no lugar de Eric Schmidt, está imprimindo um novo estilo à empresa.
- Schmidt veio do mundo corporativo, e trouxe sua expertise nesse sentido. Já Larry é extremamente concentrado no usuário, e quer ver um Google mais social e mais veloz nas mudanças - diz Singh. - E temos mesmo que ir muito mais rápido. A ideia é que recuperemos o ímpeto empreendedor de uma startup. Não por acaso, estamos sempre experimentando novas formas de lidar com dados.
Um computador no trabalho hoje engole US$ 5 mil por ano em manutenção, com atualizações, segurança wireless, pessoal extra, patches. A nuvem acaba com isso
O executivo - cuja app Google favorita é o Docs, devido à possibilidade de colaboração on-line - diz que a nuvem reduz dramaticamente os custos de manutenção de hardware para as empresas.
- Com um recurso como a App Engine, que permite criar aplicativos para a internet, as companhias podem se centrar no que fazem melhor. Um computador no trabalho hoje engole US$ 5 mil por ano em manutenção, com atualizações, segurança wireless, pessoal extra, patches... A nuvem acaba com isso - diz.
E a mobilidade é parte fundamental dessa equação, pois, segundo Singh, nove em cada dez buscas num smartphone resultam numa ação concreta por parte do usuário final. E a nuvem precisa estar por trás disso para que não se percam oportunidades.

Google


Larry Page, acaba de assumir o cargo de CEO na empresa no lugar de Eric Schmidt, que desde 2001 ocupava a posição de liderança, e que agora deve concentrar seus esforços na gestão das operações diárias da companhia, enquanto que o Sergey Brin (co-fundador) ficará responsável pelo gerenciamento de novos produtos e projetos estratégicos.
“Page foi o primeiro diretor-executivo do Google e, segundo o agora ex-CEO, “está pronto para liderar a empresa”.
Após deixar o cargo, Schmidt deve receber uma bonificação de 100 milhões de dólares em ações e papéis na empresa, segundo um documento entregue pelo Google na autoridade financeira americana (SEC). Já Larry Page, terá a difícil missão de adequar a companhia aos novos rumos do comércio eletrônico no mundo, além de definir estratégias para combater o avanço de seus concorrentes, como o Facebook e Microsoft.