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Uma pequena amostra do "jornalismo" da nossa grande mídia


Depois do fracasso estrondoso do liberal salvador o jornal mudou o espectro político de Macri. e publicou:


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Carlos Araújo dá o troco aos irmãos Marinho

"Época deve investigar seus patrões"
:
"Fui surpreendido com tanta maldade. Isso é coisa de jornalismo bandido", disse ao jornalista Paulo Moreira Leite o advogado Carlos Araújo, ex-marido da presidente Dilma Rousseff, ao comentar a capa desta semana da revista Época, que tenta ligá-lo à Operação Lava Jato; "É puro jornalismo marrom, que atende a finalidades políticas e só isso. Como todos descobriram que não têm como publicar uma denúncia capaz de atingir Dilma diretamente, pois não há nada contra ela, tentam agir por via indireta, tentando atingir pessoas do círculo próximo, como eu"; segundo ele, os irmãos Marinho deveriam explicar porque estariam vivendo em Miami, "um dos endereços preferidos pela máfia internacional"; Araújo conta que o repórter de Época tentou se passar por cliente de seu escritório e anuncia que irá processar a Globo para assegurar indenização e direito de resposta

no Brasil 247

O código binário do jornalismo ordinário, de Marcos Carvalho

O código binário do jornalismo ordinário consiste em uma linguagem binária cujos valores zero e um corresponde a “Não é do PT” e “Do PT”, respectivamente.
Quando uma notícia ruim envolve um político que não é do PT, o sistema de jornalismo ordinário assume o valor “Zero”, não sendo necessária a informação do partido político do dito cujo, visto que zero é um valor nulo (não tem energia), portanto a ausência de informação o representa de forma satisfatória.
Porém, uma notícia de igual teor envolvendo um político do PT, fará com que o sistema de jornalismo ordinário assuma o valor “Um” (tem energia), desta forma poderemos ver a informação “Do PT” após a citação do político envolvido.
Este sistema pode ser facilmente observado, e inclusive pode ser percebido até pelos coxinhas, veja um exemplo na matéria do UOL a seguir:
Destaque:



"Rio - Rio, 03/10/2015 - Policiais da Delegacia de Homicídios de Niterói prenderam no fim da tarde de sexta-feira, 3, o vereador Douglas Borges, da Câmara Municipal de Macuco, na região Serrana do Rio, por suspeita na morte do ex-prefeito do município Rogério Bianchini. O crime aconteceu no dia 30 de abril deste ano".
Até um coxinha quando lê este texto sabe que não se trata de ninguém do PT, pois não há nenhuma informação sobre os partidos dos envolvidos.

Jornalismo se fazia com notícia

Por Fernando Brito
camiao
Do Facebook do simpático professor catarinense Pedro Cabral Filho, com os links dos vídeos a que ele se refere, para você ver que não tem exagero.


É a Globo (RBS, lá) em mais uma sessão de “o mundo está se acabando”.
Chega a dar vergonha de ser jornalista: ser desmentido ao vivo pelas pessoas que estão sendo entrevistadas, na ânsia de incutir o pânico na sociedade.
Diz o Pedro:
Péssimo dia Santa Catarina. Na sua campanha do vale tudo contra o governo Dilma o jornaleco matinal da RBSteira, mau dia Santa Catarina de hoje de manhã repercutiu assim a greve dos caminhoneiros:
- Faltará comida no Estado e o desabastecimento já começou nos supermercados de Itajaí.
Diz a antara, ou ancora.
- Estou aqui com o Sr. Fulano, do sindicato dos supermercados. Como está o desabastecimento?
– Não existe desabastecimento em Santa Catarina. Cuidado com esta campanha de apavoramento, isso não acontece aqui.
A repórter gagueja e tenta reverter a pergunta. O entrevistado volta a afirmar que a paralização está acabando e está tudo regular.
– Pois é, é com vocês do estúdio.Não satisfeitos e com a pauta do ódio, a metralhadora é virada para os postos de gasolina.
– Já falta gasolina em Santa Catarina, principalmente no Oeste do Estado. Vamos conversar com o Sr. Sicrano, representante das empresas de distribuição. 
– Já falta combustível nos postos de Florianópolis e região? Dizia a coitada da repórter.
– Claro que não. Florianópolis é abastecida pela região de Biguaçu e isso não tem a menor condição de acontecer.
– Mas a gasolina irá aumentar. Diz a tansa.
– Como? Uma coisa não tem relação com a outra.
A tola retorna para o estúdio e as caras de “puta que pariu” não deu certo, dava até vergonha. O difícil é que a sutileza apresentada não é para todos. Por isso continuo afirmando que educação é tudo. Ler torna a gente mais inteligente, mais esperto e perspicaz. Dói, mas é prazeroso.

Conferi os vídeos: com uma palavra a mais ou a menos, é isso mesmo: a nítida tentativa dos repórteres de levar os entrevistados a pintarem o inferno de  Dante.
Foi a época em que jornalismo se fazia com notícia….



O ponto onde convergem Venina e o MH17 derrubado na Ucrânia

J. Carlos de Assis

Há uma coisa em comum entre a denúncia norte-americana de que o voo MH17 da Malásia foi derrubado por insurgentes ucranianos ligados a Moscou e a denúncia de Venina de que a presidente da Petrobras, Graça Foster, não deu ouvidos a suas denúncias de irregularidades na empresa: nos dois casos, a uma campanha maciça da imprensa para validar as denúncias sucedeu, em poucos dias, o mais estrondoso silêncio. No caso de Venina, só falam agora no assunto os que a ridiculizam, com razão. No caso do MH17, o silêncio é total.

Esses dois casos ilustram muito bem o papel que a “liberdade” de imprensa vem exercendo em nosso tempo. É um instrumento sobretudo de manipulação da opinião pública. Os manipuladores contam com a falta de espírito crítico da sociedade, o que, por sua vez, justifica-se exatamente pela ausência de noticiário imparcial sobre acontecimentos com valor político e estratégico. Sabe-se agora, com certeza, que o MH17 foi derrubado por forças de Kiev. Sabe-se agora que Venina, antes de ser denunciante, foi ela própria denunciada.

A ausência recente na imprensa ocidental de notícias sobre o monstruoso ataque ao MH17, um avião civil derrubado provavelmente por um míssil ou por um caça de Kiev sobre o Leste da Ucrânia, é a maior evidência do esgotamento da estratégia de exaustão de uma versão destinada a cobrir os fatos reais com uma máscara favorável. Eu costumava ouvir de um grande manipulador da imprensa brasileira a observação de que “o importante é a versão, não o fato”. Assim, para “plantar uma versão”, era necessário divulgá-la antes dos fatos.

Putin atribuiu formalmente a Kiev a responsabilidade pelo crime numa reunião com personalidades estrangeiras na Rússia, mas a imprensa ocidental praticamente o ignorou. Uma vez estabelecida a versão é extremamente difícil retificá-la. Mesmo porque, no caso do MH17, estão envolvidos aspectos técnicos de difícil aferição por internautas. Os internautas, que são hoje a consciência crítica da grande mídia, não tem como penetrar em alguns de seus segredos, exceto numa situação em que interfere o gênio de um Wikileaks.

O desmascaramento de Venina tem sido uma operação relativamente mais fácil. Os internautas se lançaram a investigações próprias, independentes dos grandes jornais e tevês, para descobrir que a moça estava sendo processada pela Petrobras por incompetência ou má fé no acompanhamento de contratos na construção de Abreu e Lima; que tinha feito contratos sem licitação com o então marido ou namorado, algo que nem o jornal Valor, nem a TV Globo cuidaram de revelar em suas bombásticas entrevistas na versão original.

Sim, houve uma denúncia de Venina fundamentada. Relacionava-se com contratos superfaturados na área de comunicação, mas em 2008. A denúncia gerou uma comissão de inquérito da qual resultou a comprovação do superfaturamento e a demissão do responsável. Na interpretação de um jornalista da Globo, isso lhe dava credibilidade para fazer as outras denúncias. Mas quais denúncias? Tudo o que ela disse no Valor, e repetido na Globo, eram ilações vagas, inclusive a alegação de que exortara Graça Foster das irregularidades.

Se a Lava Jato seguir o curso retilíneo que vem seguindo até aqui, não se admirem se Venina vier a ser condenada por irregularidades na Abreu e Lima, das quais há indícios fortes no relatório da comissão de inquérito da própria Petrobras sobre o assunto, já entregue ao Ministério Público. Ela disse insistentemente que ia “até o fim”. Estamos aguardando que fim é esse. O fato é que até mesmo os jornalões e a Globo perceberam que deram um tiro na água. Daí seu significativo silêncio. Não é nada diferente do silêncio da imprensa ocidental sobre o avião derrubado no Leste da Ucrânia. E esse é o preço que a gente tem que pagar pelo valor supremo da liberdade de imprensa, agora felizmente vigiado pelos internautas.

J. Carlos de Assis - Economista, doutor pela Coppe/UFRJ, professor de Economia Internacional da UEPB.

A face tenebrosa do pig

Muita  conversa  é  jogada  fora sobre  a  suposta  diferença  entre  a  imprensa marrom  e  a  mais  respeitável.  A  diferença  é precisamente  a  mesma entre um contrabandista  e  o superintendente  de  uma escola dominical, ou seja, nenhuma.
Honestamente  acho  até,  baseado  em  vinte anos  de  intima  observação  e  incessante reflexão,  que  a  vantagem,  se  existe,  está  do lado  dos  jornais marrons.
Tirando  um  dia pelo outro, são provavelmente menos malignamente mentirosos. As coisas sobre as quais  mentem  não  costumam  ter  a  menor importância: pequenos pedidos de subornos, fofocas divórcio,sociais,intimidades  das  vedetes.
Nesse  campo,  até prefiro  ler  mentiras  do  que  verdades:  pelo menos  são  mais  divertidas.
Mas  no  domínio da  política,  do  governo  e  das  altas  finanças,os marrons  chegam  às  vezes  mais  perto  da verdade do que os jornais mais austeros, 90%dos  quais  são  de  propriedade  de  homens envolvidos em alguma espécie de exploração dos trouxas.

Não estou dizendo que os jornais marrons façam qualquer esforço real para ser exatos;  ao  contrário,  até  se  esforçam  para evitar uma exatidão muito literal.
São obrigados  a  dramatizar  e  ficcionalizar  esta verdade para torná-la digerível.  Ela deve ser mostrada de maneira improvável para convencer aquelas pessoas.  Mas isto, na pior das  hipóteses,  é  apenas  um  exagero  de camelô.
A  maneira  de  mentir  dos jornais  mais  respeitáveis  é  menos  inocente.
Seu  objetivo  não  se  limita  a  vender  edições extras  para  a  gente  simples;  e  sim  o  de perpetuar uma fraude deliberada, para melhor proveito  dos  cavalheiros  que  ficam  por  trás do pano.
Os  proprietários  dos  jornais marrons  são,de fato, os únicos jornalistas verdadeiros que restam  no  país.  Geralmente,  são  sujeitos cínicos,  com  uma  aguda  compreensão  das limitações  intelectuais  do  proletariado,  mas muitos  deles  não  têm  nenhum  motivo  ulterior para  alarmá-lo  ou  tapeá-lo  —  todo  o  seu lucro vem dos disparates que despejam sobre ele.
O  problema  dos  jornais  do  primeiro escalão  é  que  quase  todos  estão  hoje  nas mãos de homens que veem o jornalismo como uma espécie de linha auxiliar para empreitadas  maiores  e  mais  lucrativas. A  exata natureza  destas  empreitadas  maiores  e  mais lucrativas nem sempre é muito óbvia.
É fácil,naturalmente,  somar  dois  e  dois  quando  um rico  empreiteiro,  latifundiário  ou  banqueiro compra um jornal, ou quando outro é comprado  por  alguém  notoriamente  de  olho numa  carreira  política.
Mas,  de  vez  em quando,  o  comprador  é  um  sujeito  cujo negócio  é  mais  ou  menos  respeitável  e  que não  demonstra  uma  esganação  pelo  Senado.
Então,  por  que?  Por  que  arriscaria  tanto dinheiro em tal jogo? A resposta costuma ser encontrada, acredito, em seu descarado Wille zur  Macht  —  sua  aspiração,  perfeitamente humana,  de  tornar-se  importante  e  poderoso em  sua  comunidade,  ser  cortejado  pelos figurões locais, ditar as leis, fazer e desfazer funcionários  públicos,  atar  e  desatar  cordões políticos.
Outras  vezes,  sua  ambição  (ou talvez,  mais  exatamente,  de  sua  mulher)  é meramente  social.  Quer  jantar  em  certas casas,  ser  convidado  para  festas  e,  acima  de tudo,  receber  certos  convidados  em  sua reluzente  mansão  em  Gold  Hill.
Bem,  um homem que controla um jornal importante não tem a menor dificuldade para conseguir estas ninharias.  As  chaves  do  escândalo  estão  em seus bolsos. Ele é poderoso. Pode premiar ou punir, direta ou indiretamente. As esperanças de  todos  os  outros  homens  em  sua  jurisdição estão  em  seu  poder.  Se  for  capaz  de  se lembrar  de  que  a  lavanda  à  sua  frente  não  é para  ser  bebida,  entrará  para  a  sociedade  a hora que quiser.
Sejam quais forem o motivo ou os motivos subjacentes, o fato é que os jornais estão  passando  rapidamente  das mãos dos jornalistas profissionais para as de outras pessoas que são primariamente qualquer  outra  coisa.
O que quero deixar claro é que tais jornais são completa e deliberadamente desonestos, e que eles divertem  ou  atormentam  o  seu  público  sem  a menor  consideração  pela  mais  comezinha decência. 
E  quero  também  deixar  claro  que eles estão tirando do mercado todas as outras espécies  de  jornais.




Tal  jornal,  com  tanto poder nas mãos, não se importa com o direito dos  indivíduos. Quem  cair,  vítima  de  sua mendacidade, dificilmente poderá se recuperar.  Sua  própria  versão  do  caso  será distorcida ou ignorada.
Seus defensores ficarão  amedrontados.  E  se,  desistindo  do fair  play,  apelar  aos  tribunais,  irá  descobrir rapidinho  que,  em  quase  todas  as  grandes cidades, a lei tem um medo santo dos  jornais  —  e  que  o  homem  que  ganhou uma  causa  e saiu  com  o  dinheiro  é  tão  raro quanto  o  homem  que  mordeu  o  leão  e  viveu para contar a história.
Estou ciente de que serei acusado,digamos,  de  jogar  lama  sobre  minha  velha profissão e, em particular, sobre profissionais batalhadores.  Mas  fatos  são  fatos.  Esta profissão sofreu uma desagradável metamorfose  nas  últimas  décadas.
Houve  um tempo  em  que  o  verdadeiro  chefe  de  quase todos os jornais importantes era um jornalista praticante, que tinha orgulho de seu trabalho e uma  honrosa  reputação  no  ramo,  pelo  menos no  local.
Para  o  repórter  mais  jovem,  este sujeito  era  um  ídolo.  Suas  teorias  sobre jornalismo eram ouvidas e citadas, seu estilo era  imitado  e  todo foca  na  equipe  queria seguir suas pegadas.
Hoje, o verdadeiro chefe de  um  jornal  tende  cada  vez  mais  a  se  tornar uma  figura  sombria  nos  bastidores,  ignorante das  tradições  do  jornal  e  do  seu  modo  de pensar, e grosseiramente empenhado em empreitadas  que  colidem  frontalmente  com  o que resta dos ideais deste jornal.
Este homem está  além  do  círculo  jornalístico;  nenhum jovem repórter sonha em seguir-lhe os passos algum  dia;  qualquer  ambição  de  ficar  como ele significaria abandonar de vez a profissão.
A  primeira  consequência  é  a  de  que  a profissão em si deixa de ser charmosa; já não é  mais  uma  cooperação  romântica  entre pessoas  livres  e  iguais,  mas  uma  forma  de trabalho  parecida  com  a  de  uma  oficina  de laminação.
A  segunda consequência  é  a  de  que  os  homens  que,  no passado,  entraram  para  a  profissão  com  um alto  senso  de  dignidade  resolveram  seguir outros  rumos,  enquanto  o  típico  recruta  de hoje  é  um  jovem  andrajoso  e  de  oitava categoria,  sem  mais  capacidade  para  o  auto- respeito  profissional  do  que  um  coletor  de lixo.
Suspeito  que  o  falecido  Joseph  Pulitzer  já previa esta tendência ao criar a sua Faculdade  de  Jornalismo.
Hoje  há  muitas faculdades como esta, mas duvido que sirvam para  alguma  coisa.  Por  um  lado,  parecem estar  todas  caindo  nas  mãos  de  pedagogos profissionais  —  uma  classe  obrigada  a chafurdar no lodo por uma tirania plutocrática pior ainda do que a que oprime os jornalistas.
Por  outro  lado,  o  máximo  que  uma  faculdade de  jornalismo  pode  conseguir  —  mesmo supondo  que  ela  injete  em  seus  alunos  um civilizado  código  de  ética  —  é  gerar  jovens repórteres que fugirão do jornalismo tapando o  nariz,  assim  que  se  familiarizarem  com  o que se passa dentro de uma típica redação de jornal.
Aqueles que perseverarem na profissão  devem  ser  uns  rapazes  estúpidos que  não  notam  o  mau  cheiro  ou  sujeitos  sem espinha  que  se  habituaram  a  respirá-lo,  e alguns bem ordinários, que gostam do fedor.
O texto acima foi escrito em 1920 - continua atualíssimo - por H. L. Mencken

Um exemplo a não ser seguido

A "reabilitação" de Paulo Francis

por  Paulo Nogueira - Diário do Centro do Mundo

O noticiário da Petrobras teve um efeito colateral: reabilitou, para muitos, Paulo Francis.
Em discussões jornalísticas, você encontra com frequência a tese de que Paulo Francis, afinal, tinha razão.
É uma bobagem. Ele não tinha razão, e continua a não ter.
Francis, no auge do thatcherismo conservador ao qual aderira, começou há mais ou menos vinte anos a bater na Petrobras e em seus diretores.
Ele queria a privatização da “Petrossauro”, um tema obsessivo em seus artigos na Folha e em suas participações no Manhattan Connection.
Começou, a certa altura, a acusar indiscriminadamente seus diretores de corruptos. A campanha foi feita no mesmo tom que a Veja adotaria anos depois: sem o menor compromisso com provas.
A Petrobras conseguiu processá-lo pela Justiça americana, uma vez que no Manhattan Connection ele acusava os diretores da empresa em solo americano, Nova York.
A Justiça americana, ao contrário da brasileira, não é inoperante ao cuidar de casos ligados à mídia. Pediu provas a Francis.
Ele tinha apenas a garganta, a pena e o veneno. Na iminência de uma indenização que poderia quebrá-lo, ficou atormentado, segundo relatos de amigos, e acabou morrendo do coração.
Francis continua a ser o que foi: o exemplo de um tipo de jornalista que se julga no direito de destruir reputações alheias sem a menor cerimônia.
De certa forma, ele foi o precursor de tantos outros colunistas que as empresas jornalistas recrutaram nos últimos anos, de Diogo Mainardi a Arnaldo Jabor, para citar apenas dois numa multidão.
Nada no atual caso Petrobras redime o horrendo papel de Francis no jornalismo brasileiro, e sua pérfida influência sobre tantos imitadores.
Curiosamente, a teoria de que Francis “vive” encontra eco até em “progressistas”, porque mostraria que a corrupção na Petrobras era viva na era FHC. Foi nos anos de FHC que ele foi processado.
De novo: tolice.
Se você investigar o período, vai notar apenas uma coisa que merece destaque. Naqueles anos, acusações contra a Petrobras jamais a vinculavam ao Executivo.
FHC jamais teve que dar nenhuma satisfação a Francis ou a quem fosse, ainda que tivesse indicado, como manda a Constituição, o presidente da Petrobras, Joel Rennó.
Essa “aproximação” é mais uma das novidades trazidas pela mídia nos anos do PT, com os  (maus) propósitos conhecidos.
Quanto a Paulo Francis, continua a ser o que sempre foi: um exemplo a não ser seguido.
(Acompanhe as publicações do DCM no Facebook. Curta aqui).


Josias de Souza, jornalista, cartomante ou escritor de ficção?

Lendo o texto abaixo, cheguei a conclusão que o citado cidadão acima, pode ser cartomante ou escritor de ficção, jornalista com certeza não é. O diploma até ele pode ter. Confira o malabarismo verbal e a criatividade do rapaz, abaixo:

Dilma agora frita ministros antes de nomeá-los

Dilma Rousseff tornou-se uma mandatária sui generis. Tem dois ministros da Fazenda e não tem nenhum. Guido Mantega foi demitido em setembro. E permanece no cargo como um ministro cenográfico. Joaquim Levy foi convidado nesta sexta-feira (21). Mas seu nome não foi anunciado formalmente. A presidente já tinha avisado que, reeleita, seria a mudança de si mesma. Mas ninguém suspeitou que tentaria compensar a carência de miolos na área econômica com o excesso de cabeças.
Lula aconselhara Dilma a apressar a escalação do seu time econômico, para disputar com o petrolão o espaço nas manchetes. A pupila deu ouvidos ao patrono. Mas conduziu o processo à sua maneira. Inovadora, levou o novo titular da Fazenda à frigideira antes mesmo de nomeá-lo. Maquiavel não teria feito melhor. Nunca nenhum presidente fizera o mal tão bem.
Para a Fazenda, Dilma chamou o preferido de Lula: Luiz Carlos Trabuco, presidente do Bradesco. Que refugou o convite. Além de deixar boquiabertos Armínio Fraga e Neca Setúbal, a presidenta informou para Joaquim Levy, hoje também um executivo do Bradesco, que ele não era sua primeira opção. O mercado festejou mesmo assim. A Bolsa chegou a subir cinco pontos.
Na pasta do Planejamento, Dilma decidiu acomodar Nelson Barbosa, que sonhava com a Fazenda. No Banco Central, manteve Alexandre Tombini, que também vinha sendo estimulado a acalentar a perspectiva de virar o novo Mantega. Consumada a escalação, armou-se no Planalto o palco para o anúncio. A imprensa mobilizou-se.
Súbito, Dilma mandou dizer que decidira adiar a formalização de suas escolhas. Por quê? Sabe Deus! Talvez queira dar ao PT, crítico feroz do pensamento médio de Joaquim Levy, a oportunidade de bombardeá-lo por uma semana.



Ficou entendido que, antes de tomar uma decisão tão importante quanto a escolha da equipe que vai gerir a herança perversa deixada pela velha Dilma, a nova Dilma pensa duas vezes, analisa todas as possibilidades, consulta o Lula… Uma vez tomadas as decisões, faz o contrário. Ou faz aquilo mesmo que decidiu. Pouco importa. Tudo é ocasional. Certo mesmo só o novo gosto da presidente. Ela agora prefere ministros bem tostadinhos.