Filé Wellington é antiquado e conservador como Jair Bolsonaro e Olavo Carvalho
Teve caipirinha. Teve ainda quindim, é verdade. Mas não teve churrasco nem moqueca. Tampouco teve camarão com chuchu, prato típico do Rio de Janeiro –cidade que apresentou ao Brasil e ao mundo Jair Messias Bolsonaro, nosso 38º presidente da República.
Em vez de comida brasileira, o embaixador Sergio Amaral optou por beef Wellington para o prato principal no jantar de domingo, na residência do diplomata em Washington. À mesa, estavam Bolsonaro, o mago das redes sociais Olavo de Carvalho, Steve Bannon e a nata do pensamento conservador norte-americano.
Beef Wellington. Ótimo: a imprensa brasileira reproduziu o cardápio como se o taxista Uélito, lá de Belford Roxo, soubesse o que é um beef Wellington.
O filé à Wellington é um mastodonte culinário, um fóssil vivo que pasta pelas estepes da cozinha internacional há vários séculos.
De genética francesa, foi incorporado pela aristocracia britânica como pièce de résistance gastronômica –um suntuoso manjar à frente da comida mais tripudiada do mundo. A elite dos Estados Unidos também adotou o bife à Wellington como curinga nos jantares de gala.