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Felipão

Dez lições de gestão

1 -  Acredite em você
Sem currículo, Felipão recebeu uma proposta para treinar na Arábia Saudita por uns trocados. Aceitou o risco, foi bem e assinou novo contrato dez vezes maior. Se Fred Smith, fundador da FedEx, não acreditasse em si, desistiria de criar a maior companhia de entregas do mundo quando recebeu nota C para a ideia em uma aula de economia.


2 - Obedeça seus superiores
As ordens do pai de Felipão, como a de estudar seriamente, eram seguidas. A lição vale para o treinador em relação a seus chefes: José Maria Marin confere os convocados antes do anúncio. Quando chefe, o técnico exige que os jogadores andem na linha.


3 - Estude muito
Felipão estudou direito, contabilidade e educação física. Ele foi aceito no primeiro time profissional, o Aimoré, porque fazia contratos dos atletas. Ter especialidades é requisito para o sucesso.


4 - Seja leal aos amigos
Flávio Murtosa fez um favor a Felipão quando ele teve problemas no começo da carreira de técnico, e está ao seu lado até hoje. Os grupos de trabalho do treinador sempre são formados por amigos de confiança, cujas qualidades ele conhece. O preparador Paulo Paixão é um exemplo.


5 - Tenha fé
A devoção a Nossa Senhora do Caravaggio é uma marca do religioso treinador. Em 2002, foi ao santuário de Farroupilha-RS fazer uma promessa para a padroeira. Depois de conquistar o penta, fez a pé um trajeto de 16 km. Este ano, antes da convocação, também fez promessa para a padroeira.


6 - Compartilhe recursos
 
Na infância, sem dinheiro para comprar chuteiras, Felipão adquiriu um par com um amigo: um pé para cada garoto. É uma lição a ser seguida por empresas e governantes. A parceria dos Correios com a Telebrás para oferecer internet de banda larga nas áreas comuns do Mundial é um exemplo. Custa menos e  potencializa negócios.


7 - Exerça liderança
Felipão sempre foi capitão de seus times. James Norris, gerente do bem-sucedido Vanguard Group, afirmou que “líder é aquele que escolheu liderar”, e que não há fórmulas para produzi-los, eles simplesmente nascem. Em comum, todos têm o dom de ouvir outros líderes, algo que o treinador sempre praticou.


8 - Estabeleça hierarquias
Seus atletas sabem que uns são mais importantes que outros. E precisam aceitar. Na Copa de 2002, Ronaldo treinava chutes a gol depois do treino, o que obrigava os demais a esperar. Ninguém reclamava. Uma boa empresa se faz com privilégios para quem tem mais a oferecer.


9 - Economize para investir
Felipão segue uma regra da economia: poupar para depois investir. Até 1996, quando começou a ganhar títulos, ele dirigia um Monza 87. Ao comprar um carro novo, deu o Monza ao filho. Num âmbito mais geral, é uma bela lição: o mundo vive uma crise de escassez de recursos e não há motivos para descartarmos o que ainda funciona.


10 - Conte com a sorte
O trabalho vem primeiro, mas a confiança na própria estrela fortalece o homem. 

Uma reflexão sobre Liderança

Antes de começarmos, um passo atrás. A seguir você tem uma pequena lista de características tipicamente esperadas em um bom líder:
  • Toma a iniciativa
  • Demonstra integridade e honestidade
  • Foco em resultados
  • Inspira e motiva os outros
  • Desenvolve relacionamentos
  • Colaboração e trabalho em equipe
Pare por alguns instantes e reflita: quando você pensa em uma mulher como líder, em quais dessas características você acha que ela se sai melhor?
E aí, foi fácil? Bom, vamos segurar essas respostas. Voltaremos nesse ponto mais à frente.

Palavras que limitam

princípio da relatividade linguística afirma que a estrutura de uma linguagem afeta o modo como seu respectivo interlocutor visualiza sua realidade. Ou seja, sua visão de mundo é influenciada pelas palavras que você utiliza. Lembre disto.
Estamos hoje num tempo em que a igualdade entre homens e mulheres evoluiu, e, ao menos no papel, essa igualdade parece existir de forma coesa e justa. Mas, no dia a dia, é possível perceber grandes diferenças entre a teoria e a prática.
Há algum tempo entrou no ar uma campanha da fundação Lean In, que vem ganhando cada vez mais força. Ela fala sobre como as mulheres são vistas e reconhecidas quando assumem a função e atitude de líder nas empresas:

“I’m not bossy. I’m the boss.” (Eu não sou mandona. Eu sou a chefe.)


A mulher, quando atua como líder, assume responsabilidades, toma decisões e direciona sua equipe, tende a ser vista como excessivamente agressiva, teimosa ou mandona.
Quando se aprofunda um pouco o olhar, é possível perceber que mulheres líderes estão mais em busca de respeito do que de reconhecimento – ou de serem vistas como a estrela do show. Esse comportamento – de assumir responsabilidades e decisões – parece ser mais condizente com uma pessoa que deseja abrir espaço para que outros brilhem, do que com alguém que aspira dominar e mandar.
Mesmo as mulheres sendo usualmente vítimas, podem também ser canais de propagação dessa mentalidade. Frases – e crenças – tais como “eu sou romântica e acho sim que o homem deve ser o provedor e ter o maior salário da casa” acabam criando certo consentimento indireto com situações nas quais elas são preteridas por homens – uma promoção no trabalho, por exemplo.

O fim é o começo

Se engana quem pensa que a história toda começa na líder, chefe, executiva, mulher que assume uma posição de destaque na empresa. Essa mesma mulher, quando consegue chegar a uma posição dessas, já superou outras barreiras quando ainda era uma garota bem mais nova, descobrindo sua energia.
Link YouTube | “Mude a história”

Desde a infância, quando a menina começa a ter atitude e postura de líder, ela é discriminada. Enquanto seus amiguinhos são aclamados por serem o capitães dos times, ela é repreendida quando se posiciona demais – pelos colegas e até mesmo pelos professores.
Certa vez uma amiga contou sobre sua sobrinha que, no auge dos seus 5 anos, tentava ajudar os colegas a jogar xadrez, organizando as peças e conduzindo os primeiros movimentos – detalhe: sem saber como se joga xadrez. Essa amiga também me contou como a mãe dela logo disse:
“Ela está muito chata, quer mandar em todo mundo. Lá em casa ela teima em ficar organizando a sala. Eu falo para ela que não pode ser assim, mas ela não me ouve”.
Hoje temos um mundo onde menos de 5% dos cargos de CEO da Fortune 500 são ocupados por mulherescom 22 mulheres liderando nações – aliás, um recorde histórico. Se parte deste panorama pode ter sido influenciado pelos comportamentos repreensivos de pais e professores, é algo a se pensar.
Apesar de tudo, como podemos ver em nosso dia a dia, há mulheres que enfrentam e vencem essas dificuldades e preconceitos nas diversas etapas da sua vida. Conseguem colocar sua essência de líder em prática. E então, um dilema aparece.

Os conflitos internos entre a profissão e a família

A mulher tende a possuir, tradicionalmente, um vínculo familiar mais estreito que o homem. Ela sempre foi a responsável emocional pela casa, pelo cuidado com os filhos e por incentivar a união. E com o tempo, conforme direitos foram sendo ganhos e papéis foram sendo revistos, foi que ela começou, cada vez mais, a ganhar as ruas e tomar seu espaço no mundo corporativo. Até então dominado por homens.
E quanto às responsabilidades do lar, como ficaram? Apesar da união familiar usual se dar entre um homem e uma mulher, não foi, necessariamente, um maior compartilhamento das atividades do lar que as possibilitou construir carreiras prósperas. Mas sim, uma maior oferta de profissionais domésticas.
Quando a empregada doméstica não está, as responsabilidades ainda recaem em peso sobre a “super-mulher”. Ela define as metas do novo projeto, avalia a evolução dos ganhos com a última campanha, faz uma apresentação de oportunidades ao presidente da empresa, leva o filho para a natação, passa no supermercado, prepara o jantar, estuda os artigos da pós-graduação, toma uma taça de vinho com o marido, e no outro dia acorda cedo, disposta a fazer valer cada minuto novamente. Simples, não?
Link YouTube | O mercado das “super-mulheres”

Essa tensão entre vida profissional e familiar traz às mulheres questionamentos que, muitas vezes, as levam de volta ao trabalho focado no lar, como disse Sayuri Kobaiashi no ótimo artigo Pau na mesa pra quê?, da revista TPM:
“Recebia fotos da babá e me perguntava se estava no lugar certo. Não era que o bebê precisava de mim, mas eu é que estava perdendo.”
Dada as necessidades de cuidar da família, e o próprio desejo de participar dessa vida, é natural uma decisão dessas – quando ela é viável para o casal.
Mas escolhida a vida dupla, é possível equilibrar os dois mundos? No livro “Mulheres de sucesso também querem poder… amar”, a escritora Joyce Moysés relata a experiência de uma executiva:
“Há outros momentos delicados em que a mulher bem sucedida tem de se posicionar. Por exemplo, quando precisa escolher se vai cuidar do filho com febre ou recebe o CEO mundial. Meu marido e a babá sabem contornar uma febre. E se eu não fizer a apresentação ao CEO, muita gente que precisa do meu trabalho naquela organização sofrerá. A mulher tem a mania de achar que só ela faz tudo certo dentro de casa, quando precisa de ajuda.”
Entretanto, fazer essa escolha pela família cedo demais pode ser arriscado para a carreira. Por exemplo, quando uma mulher decide postergar sua ascensão profissional para assegurar prioridade ao desejo de ter filhos.
Como disse Grace Tourinho, CEO do UFC Brasil, quando questionada sobre o seu maior desafioaté então:
“Meu maior desafio foi conciliar duas coisas em minha vida. Foi quando trabalhei para que as ações da Ambev começassem a ser negociadas na Bolsa de Nova York ao mesmo tempo em que esperava o meu segundo filho.”
Sheryl Sandberg, COO do Facebook, narra em seu livro “Faça Acontecer” como decisões precipitadas podem se tornar uma auto-sabotagem profissional:
“Se voltar a trabalhar depois de ter filhos for uma opção, a mulher só vai fazê-lo se o trabalho for atraente. Mas, se anos antes ela parou de se desafiar, a essa altura já vai estar entediada. (…) Não saia antes de sair. Mantenha seu pé no acelerador até o dia em que você precise parar para ter seu filho – e então tome suas decisões.”
No fim, a questão da escolha entre família e trabalho – ou o equilíbrio – é tão pessoal quanto intransferível, e todas as opções podem trazer satisfação à mulher. O importante é que ela esteja ciente de suas motivações e não se deixe ser conduzida por fatores que não estejam de acordo com seus objetivos.
Pois ainda que exista uma boa discussão sobre qual o melhor caminho a seguir, não parece haver dúvidas quanto às competências da líder mulher. Ao menos não para seus pares e liderados.
Grace Tourinho, presidente do UFC no Brasil
Grace Tourinho, ela comanda uma organização de lutadores | Foto por Wander Roberto

As competências da líder mulher

Lembra das perguntas feitas no começo do texto? E suas respostas, estão na ponta da língua? A consultoria Zenger Folkman fez essa mesma pesquisa sobre eficácia em liderança considerando uma avaliação 360o com cerca de 16 mil líderes, sendo um terço mulheres. Na média geral, elas conquistaram um índice de eficácia de 54,5% contra 51,8% dos homens.
“Muito bem” – alguém pode questionar – “mas em quais competências elas superam os homens?” Afinal, mulheres e homens são diferentes e é natural que possuam competências distintas. Ainda que interesse às empresas o quanto eles são bons em competências que geram resultados e eficácia  significa isso, vamos deixar essa conclusão de lado e nos aprofundar um pouco mais.
Nessa pesquisa foram consideradas 16 competências consideradas pelo instituto como típicas de líderes. E os índices alcançados pelas mulheres foram superiores aos dos homens em 12 delas:
As mulheres geralmente são reconhecidas por competências de liderança mais sutis, tais como: desenvolver os outros, construir relacionamentos e colaboração e trabalho em equipe, o que se confirmou na pesquisa. Porém, as características em que elas mais se sobressaíram foram: tomar a iniciativa, demonstrar integridade e honestidade e foco em resultados – competências nada sutis e com grande impacto nas empresas.
Ou seja, mulheres são vistas como mais eficientes em realizar coisas, serem bons exemplos e entregar resultados. Com competências assim, não deveriam restar dúvidas de podem liderar quaisquer organizações rumo a seus objetivos.
E como elas conseguem atingir esses resultados superiores? Provavelmente, devido a tudo o que falamos até agora. Desde superar preconceitos a vencer seus conflitos internos, que muitas vezes levam a uma jornada dupla para mostrar sua capacidade, ganhar respeito na empresa e satisfação fora dela.
Então por que ainda temos uma quantidade tão inferior de mulheres conduzindo o mundo? Vamos a auto-avaliação feminina.
“Quando eu estava no último ano da universidade eu fiz uma matéria chamado História Intelectual da Europa. E eu a fiz com minha colega de quarto, Carrie, que era na época uma estudante literária brilhante, e meu irmão – cara esperto, um jogador de polo aquático que seria médico, e que estava no segundo ano.
Nós três fizemos essa matéria juntos. E então a Carrie lia todos os livros originais em Grego e Latim e ia para todas as apresentações. Eu li todos os livros em Inglês e ia à maioria das apresentações. Meu irmão, que era meio ocupado e lia um dos doze livros e ia a umas duas apresentações, caminha até o nosso quarto uns dois dias antes da prova para que nós o ensinássemos.
Nós três fomos à prova juntos, e nos sentamos lá por três horas. E quando saímos de lá, olhamos uns para os outros e dissemos: “Como vocês foram?” E a Carrie diz: “Cara, eu sinto como se eu não tivesse realmente exposto o ponto principal da dialética Hegeliana.” E eu digo: “Deus, eu realmente desejo que eu tivesse conectado a teoria da propriedade privada do John Locke com os filósofos seguintes.”
E meu irmão diz: “Eu tirei a nota mais alta da sala.””
Em seguida, arremata: “as mulheres subestimam sistematicamente suas habilidades”.
Após vencer preconceitos, obstáculos variados, administrar conflitos internos e ser avaliada como mais eficaz na maioria das competências de liderança, a mulher ainda enfrenta um último obstáculo: ela mesma.
Assim, um apelo a ser feito é: mulheres, vocês têm uma força maior do que imaginam para liderar. Sim, existem problemas estruturais, que serão combatidos em conjunto e com o apoio de inúmeros homens a seu favor. Mas lembrem-se sempre de olhar para dentro e cuidar para que sua auto-estima e segurança estejam sempre prontas para agarrar as possibilidades que já existem. E que assim também adicionem mais elegância e gentileza a este mundo de beberrões e truculentos corporativos.
São tantos os temas relacionados que, reconheço, consegui explorar apenas parte deles nesse texto. E você, o que acrescentaria a essa conversa?
* * *
Nota do autor: esse texto foi escrito através da colaboração essencial de outros seis autores, além das fontes mencionadas: Fabiana Capistrano, Gabriel Spinola, Isabel Rezende, Marianne de Castro, Renata Oliveira e Tatiana Freitas.
Rafael Peron

Acha que mini-biografias são difíceis, mas ouvindo Marvin Gaye dá pra encarar. Quando tem problemas, gosta de olhar para o céu e dizer "rá". Quando tem alegrias, também. Do samba à salsa, prefere conversa de bar à escrever. Exceto desta vez.

Outros artigos escritos por 

Líder nato

[...] É criativo e original, tem raciocínio lógico e rápido, e é capaz de discutir sobre os mais variados assuntos, até mesmo aqueles que conhece superficialmente.

Tem tendência a ser autoritário, de certa maneira possessivo e um tanto egocêntrico. Por isso, deve sempre cultivar a largueza de visão e a concentração, pois no afã de chegar logo aos objetivos, fica dispersivo e envereda por caminhos tortuosos, perdendo grandes oportunidades.

Embora não o sendo, o número 1 é considerado 'frio', calculista e pouco comunicativo. Raramente demonstra afeto e compaixão. Contudo, gosta de ser elogiado e admirado.

Quando seus projetos ou desejos não se realizam ou são frustrados, o seu sistema metabólico sofre sobremaneira e os nervos e a pressão arterial são sobrecarregados, podendo causar graves danos ao organismo.

Como líder, sente-se terrivelmente frustrado em posição subalterna por vezes, torna-se irascível, violento e inconsequente, sendo muito difícil trabalhar e conviver em sua companhia.O nascido no dia um necessita saber para poder e querer. 

Estudar, projetar, manter a consistência no objetivo deve ser sua principal característica, pois tem tendência a deixar tudo pela metade ou a glória aos outros.

Os líderes Prozac


[...] fazem discursos delirantes, acreditam em suas próprias palavras e desencorajam visões alternativas e críticas. Alguns são carismáticos e nutrem fiéis seguidores: eles ignoram problemas e tornam suas organizações menos preparadas para enfrentar crises. Quando encontram terreno propício, criam uma “cultura positiva”, que pune ou aliena funcionários não praticantes.
Candidatos a líderes Prozac são fáceis de identificar. Eles aguardam ansiosamente as palestras promovidas pela HSM, empresa especializada em eventos de autoajuda empresarial, e discutem avidamente as pérolas ouvidas dos “grandes nomes do management”. Circulam entusiasticamente vídeos das conferências TED (Technology, Entertainment and Design), cujo grande objetivo parece ser atrair cientistas e pensadores, misturá-los com caçadores de novidades e transformar todos em celebridades de auditório. Leia íntegra do artigo Aqui>>>

Neurociência e...

[...] características de um líder
Quando pensamos nas qualidades que buscamos em líderes visionários, pensamos em inteligência, criatividade, carisma e conhecimento, mas também na busca do sucesso, o desejo de inovação e a vontade de desafiar as práticas estabelecidas. Na realidade, porém, o perfil psicológico de um líder é também o de alguém que assume riscos compulsivamente em busca da novidade. Em resumo, o que buscamos nos líderes parece ser o tipo de personalidade dos viciados. Como é possível? Em geral, acreditamos que os viciados são pessoas com pouca vontade, enquanto os empreendedores são pessoas com disciplina e força. Para entender esta aparente contradição é necessário analisar o cérebro e, sobretudo, as funções relacionadas com o prazer e a gratificação.

O prazer evoca sinais neurológicos que convergem para um pequeno grupo de áreas cerebrais interconectados conhecido como circuito cerebral do prazer, pequenos grupos de neurônios onde o neurotransmissor dopamina desempenha um papel central. Esse circuito de prazer que utiliza a dopamina também pode ser ativado por algumas - não todas - substâncias psicoativas que implicam um risco de vício, assim como as drogas. Os circuitos de prazer do cérebro também são ativados por meio de recompensas imprevisíveis. Enquanto a roleta gira ou os cavalos correm na pista, temos uma sensação de prazer, ainda que ao final não ganhemos.

A incerteza em si pode ser gratificante, o que sem dúvida é um atributo útil para empresas de alto risco e alto rendimento. Será que a personalidade aditiva tem vantagens? Algumas das figuras históricas mais admiradas tinham vícios, e não apenas os mais evidentemente criativos, mas também os cientistas, os guerreiros e estadistas. A personalidade obsessiva, caracterizada pela busca do risco e da novidade que costuma ser apresentada pelos viciados, pode adaptar-se ao trabalho e ser muito eficaz. No caso de muitos líderes, não se trata de serem bem sucedidos apesar de seu vício, mas que a mesma química cerebral que os converte em viciados também lhes confere uma conduta que se mostra paradoxalmente benéfica na liderança.

É por isso que, quando a sua empresa precisar de um novo líder, tem de buscar alguém que tenha uma função de dopamina atenuada: alguém que nunca está satisfeito com o status quo, alguém que queira o sucesso mais do que outros, mas que desfrute menos dele.
David Linden, Professor de Neurociências, Universidade Johns Hopkins - NYT -