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Marina, o novo que já nasce caduco, por Renato Rabelo

A sociedade não está dividida entre “bons” e “maus”. Na dura realidade da luta entre as classes sociais, na luta renhida entre os grandes interesses, não existe devaneio para o conto de fadas. As pessoas, as personalidades têm ideologia objetivamente, defendem programas vinculados a este e àquele projeto de sociedade, segundo interesses econômicos, financeiros, de classes sociais.
Por obra de uma tragédia, Marina Silva se tornou candidata a presidente da República. Desde então, procura desempenhar o papel de uma persona que paira nas alturas, que se situaria além do bem e do mal, e das contradições sociais.
Sua candidatura se anuncia imbuída de uma missão: sanear o país do que ela denomina de “velha política” e no seu lugar instaurar uma “nova política”, o mesmo bordão recorrente na história política brasileira usado como aparência para velar o verdadeiro compromisso assumido. Diante disso, os eleitores, num primeiro instante, se colocam abertos à nova doutrina, que enfatiza apenas o lugar comum do espontâneo sentimento, assaz inflado, contra a “política”, os “partidos” e os “políticos”.
A realidade por trás da “nova política”
Indagada sobre com que apoios e recursos humanos governaria, Marina responde que a doutrina da “nova política” ordena que se busque na sociedade a sustentação política necessária. Instada a esclarecer melhor como ela constituiria uma maioria no Congresso Nacional e com quais personalidades comporia o seu ministério, também responde de forma vaga: com as pessoas “boas” do PT, PSDB e do PMDB. Ela se apresenta como uma divindade que teria a elevada sapiência de escolher os eleitos que fazem o bem. Para confundir ela separa Lula de Dilma. No entanto, Lula é Dilma. Marina é que mudou de lado.
Pelas declarações da própria candidata, percebe-se o engodo do discurso dessa nova política. Marina governaria, no final das contas, se apoiando nos partidos e nas lideranças da velha política, tão execrada por ela. A candidata finge não saber que pessoas “boas” do PT e do PSDB têm concepções, propostas conflitantes, e até antagônicas, que extrapolam o desejo de Marina.
A sociedade não está dividida entre “bons” e “maus”. Na dura realidade da luta entre as classes sociais, na luta renhida entre os grandes interesses, não existe devaneio para o conto de fadas. As pessoas, as personalidades têm ideologia objetivamente, defendem programas vinculados a este e àquele projeto de sociedade, segundo interesses econômicos, financeiros, de classes sociais. Assim, a base parlamentar e o elenco de ministros de um hipotético governo da Rede-PSB seriam um ajuntamento de interesses e personalidades conflitantes, cujo resultado – convenhamos – poderia efetivamente caminhar para o impasse. Diante desta verdade, os marinistas proclamam: “vamos apelar às ruas para dobrar o Congresso”. Pura conversa fiada – mobilizar o povo quem já pactuou com os grandes banqueiros? Governo comprometido com a oligarquia financeira foge do povo como o diabo da cruz.
E qual a trajetória político-partidária de Marina? Ela desceu à terra das alturas? Ou germinou, cresceu no solo da política concretamente existente que ela nega, mas dela usufrui. Ela se elegeu senadora, foi nomeada ministra, militou no PT e transitou para o PV. Incapaz de estruturar a legenda a que se propôs fundar – a Rede – migrou para o PSB, do qual se tornou hóspede movida pela ambição comum aos mortais de alçar ao poder. O termo “hóspede” não é meu, mas do secretário-geral do PSB, Carlos Siqueira, que, honrosamente, deixou a campanha de Marina ecoando o protesto de que ela “não representa o legado de Eduardo Campos”.
A candidata sempre ergueu a espada da ética contra seus adversários da velha política, mas agora – depois de ter voado naquele avião de campanha do PSB envolto em negócios obscuros, sob investigação – ela titubeia, se encolhe entre seus xales, e joga a possível culpa em terceiros fugindo de suas responsabilidades. Dois pesos, duas medidas.
De “sonhática” a “pragmática”
Por exigências e conveniências da campanha, a cada passagem a candidata Marina se adapta, num molejo de afirmação e de negação, revelando suas posições sem consistência e de modo contraditório. Assim, a “sonhática” transfigura-se em “pragmática”. Por exemplo: a candidata peregrinou em busca de apoio do agronegócio, proclama também que se eleita vai aplicar o Código Florestal. Nada de errado em procurar apoios, tampouco em reconhecer que vai respeitar as leis aprovadas pelo Congresso Nacional. Mas, até ontem, Marina sustentava que o Código Florestal representava “o maior retrocesso da história ambiental brasileira” e é conhecida sua negação ao agronegócio. Portanto, fica a pergunta: a ética de sua doutrina redentora não recomenda à candidata a decência de reconhecer que mudou de opinião, que errou ao demonizar o Código Florestal?
O pragmatismo da candidata também se manifestou quando cedendo às pressões obscurantistas retirou do seu programa de governo o trecho em que manifesta apoio à união entre pessoas do mesmo sexo, e ainda apagou a defesa de um projeto de lei que criminaliza a homofobia. Instada pelo pastor Silas Malafaia, recua do compromisso com estas importantes bandeiras para que venhamos a construir um Brasil sem preconceitos. Então, como seria Marina presidente da República, neste contexto, realmente sujeita a enormes pressões e disputas? O Brasil não merece passar por esta aventura!
Conceito oco de Nova Política em vez de reforma política democrática
A “nova política” que se procura aparentar como o antipartido revela-se, portanto, uma artimanha eleitoreira, e sua prática seria um retrocesso. Regime democrático sem partidos dá sempre em autoritarismo, esta é uma lei universal. Governar um país com a complexidade do nosso requer um Programa de governo explícito e factível e viabilizá-lo com o apoio de uma maioria política e social, no Congresso Nacional e na sociedade, com os partidos políticos e movimentos sociais. Desse modo se apresenta a candidatura da reeleição da presidenta Dilma Rousseff. A presidenta tem uma trajetória de honestidade, coerência e firmeza de convicções, enfrentando a grande crise financeira e econômica do sistema capitalista sem empurrar os ônus para as costas dos trabalhadores. A maior parte das críticas à presidenta é feita mais por suas elevadas qualidades. Com Dilma, são nítidos quais os compromissos e quem respaldará o governo. Não há esta fantasmagoria eclética e conflitante de pessoas “boas” proveniente de uma salada de siglas.
Quanto à crise de representação, desde as manifestações de junho de 2013, a presidenta Dilma luta por uma reforma política democrática, impulsionada pela mobilização popular, esta sim um verdadeiro caminho para fazer avançar a democracia. Uma reforma que venha a proibir, por exemplo, que empresas e bancos financiem as campanhas eleitorais, fonte principal da corrupção. A diferença é clara. Marina demagogicamente prega uma oca “nova política”, já a presidenta Dilma conclama o povo a lutar por reforma que fortaleça os partidos, aumente a participação do povo na vida política nacional e coíba a interferência do poder econômico nas campanhas. Resposta concreta ao justo anseio da sociedade, sobretudo da juventude, contra as mazelas e os escândalos do atual sistema político-partidário.
Por que o mercado “marinou?



Em qualquer país os grandes interesses e confrontos derivam da economia. Há dois caminhos, bem nítidos e opostos: Reduzir crescentemente as desigualdades sociais, elevar a qualidade de vida do povo, ou agravar a desigualdade, concentrando ainda mais a renda e riqueza nas mãos de uma minoria cada vez mais abastada. Noutro plano, com investimentos do Estado e do setor privado, impulsionar o setor produtivo, a indústria, a agricultura que geram empregos e produzem bens, ou agigantar ainda mais o capital financeiro-especulativo que transfere os recursos para sua própria esfera, desviando da produção. E mais ainda: que suga os recursos que faltam à saúde pública, à educação, à segurança e a outros serviços públicos básicos.
O destino do Brasil, seu desenvolvimento, sua soberania, a democracia, os direitos do povo, dos trabalhadores, o direito a uma vida digna, se resolvem pelas grandes opções acima colocadas. E nesta questão decisiva Marina fez sua opção, ou rendição como se queira. Completou a travessia para o outro lado. Entre o povo e a grande finança, se tornou a candidata dos donos das grandes fortunas, do capital financeiro. Os jornais estampam manchetes: “Para derrotar Dilma, o mercado ‘marinou’” ou “Com Marina, bancos recuperam mercado”. Se torna óbvio, portanto, que é pura fantasia propagandear que o mercado abraçou a candidatura de Marina sem cobrar nada.
Marina optou pelos banqueiros
Marina pactuou com os grandes banqueiros, esta é que é a realidade nua e crua! Neste terreno concreto, dos grandes interesses em jogo, a candidata não paira nas alturas. Tem até a prova documental, como não? Vejam com que esmero este compromisso foi lavrado no Programa publicado da candidata: “Assegurar a independência do Banco Central o mais rapidamente possível, de forma institucional...”. Teve papel importante na intermediação desse patente acordo celebrado a senhora Maria Alice Setubal, banqueira e herdeira do Banco Itaú-Unibanco, apresentada por Marina como educadora social. Através de Marina o mercado encontrou alguém capaz de topar tudo. Com a vantagem de que Marina é filha do povo pobre, ex-seringueira, com uma história de vida realmente sofrida. Perfil, portanto, insuspeito, ideal. A oligarquia exigiu que seja fixada em lei a independência do Banco Central e Marina não só aceitou como alardeia a cada momento esta rendição, com ares de virtude.
Ao assumir o compromisso de tornar o Banco Central independente, Marina passou de mala e cuia para o lado de lá, para a banda dos magnatas da finança, da especulação financeira. Diante disso, temos a obrigação de alertar o povo: ela traiu suas origens, sua própria história. Por que afirmamos isto? Porque BC independente é uma expressão enganosa. Significa na verdade retirar a macroeconomia da esfera do governo para transferi-la à oligarquia financeira para que esta garanta seus ganhos fabulosos na bonança, salvá-la nos momentos de crise ou em decorrência de falcatruas. Deixar às cabras a guarda da couve. Se isto vir a se concretizar, ao povo restará as sobras, se houver. Em qualquer situação eles se resgatam primeiro, assim tem sido. Adeus à política de valorização real do salário mínimo e de elevação contínua da renda do trabalho, adeus à maior oferta de empregos e de crédito para o mercado interno.
Quando a Casa Grande festeja, o povo desconfia
Por tudo isto, a candidatura de Marina vai sendo festejada na Bolsa de Valores e é instrumentalizada para tentar realizar a obsessão do campo político conservador que é de impedir a qualquer custo a reeleição da presidenta Dilma. Eles não festejam de graça, sem ter garantias estabelecidas. É da nossa história o fato de que, quando a Casa Grande solta foguete, o povo, por experiência própria, sabe que vem coisa ruim para o lado dele.
O programa de Marina anunciado no último dia 29 de agosto é um transgênico que turbina e até extrapola o receituário que Fernando Henrique Cardoso implantou no Brasil na década de 1990. Vejamos. Propõe atarraxar o chamado tripé macroeconômico, com mais “rigor” fiscal e “puxando” a inflação para o centro da meta. Traduzindo: Marina pactua com o mercado aumentar o montante de dinheiro público destinado ao pagamento de juros, e esse “puxar” a inflação para o centro da meta é a senha para uma política de juros altos – seu remédio principal –, que resultará em menor crescimento e menos empregos. Aliás, em entrevista, outro coordenador do plano, Maurício Rands, esclarece com todas as luzes a essência da política macroeconômica de Marina: “Não vamos reduzir a taxa de juros por decreto. (...) É pelas leis do mercado que haverá redução de juros”. De outro modo, o apetite insaciável dos especuladores é que vai ditar a Selic se Marina se eleger. É o velho receituário neoliberal recorrente.
Novo ciclo histórico de crescimento
Nesses quase 12 anos o Brasil mudou realmente. Houve ascenso social de significativos contingentes sociais, pobres e deserdados. Cresceu o prestígio do Brasil no contexto internacional. Isso não é “pintar o país de rosa”, como propala a máquina oposicionista e suas cassandras. O seu fito é esconder as conquistas alcançadas pela nação e pelo povo, e concentrar acerbamente, por óbvio, nos aspectos negativos e nos obstáculos ainda existentes.
Ao atingir uma nova etapa com as mudanças realizadas por Lula e Dilma é evidente que as exigências passam a ser outras. Os que ascenderam na escala social se juntam formando maiores contingentes da população, que naturalmente anseiam por melhores serviços públicos e mais progresso social. As grandes soluções vêm por etapas, não pode ser de outro modo. A nova etapa, atual, resultante do que se atingiu até agora, abre um “novo ciclo histórico” de crescimento, como tem afirmado a presidenta Dilma. Agora estamos diante do desafio de aplicar, como reconhece a presidenta Dilma, um plano de governo cujo eixo é empreender um novo ciclo de transformações, uma nova etapa do desenvolvimento nacional, com mais produção de riqueza para redução ainda mais audaciosa das desigualdades sociais e regionais. Para isso, compreendendo a realização das reformas democráticas estruturais, reforma política democrática, reforma democrática dos meios de comunicação, reforma tributária progressiva, reforma urbana para humanização e modernização das cidades, e a realização da reforma agrária.
Como temos afirmado, dar prioridade ao crescimento do investimento e elevação da produtividade, avançar nas parcerias público-privadas para modernizar a infraestrutura do país, dar curso à exploração já estabelecida da grande riqueza do pré-sal, garantia para se alcançar os 10% para a educação e aplicar o Plano Nacional de Educação, conquista histórica aprovada pelo Congresso Nacional. No terreno da economia, os interessados em confundir, diante das dificuldades de crescimento, justificam tudo num pretenso erro de condução econômica do governo, abstraindo os efeitos ainda persistentes de crescimento limitado, condicionado pela grande crise econômica global. Em verdade, o governo Dilma optou pelo caminho de garantir no bojo da crise geral elevado nível de emprego e da renda do trabalho, realmente um feito inédito. Além do que, prepara as condições para um novo ciclo de crescimento, com a garantia de defesa da economia nacional baseada em elevado valor das reservas internacionais. E, numa demonstração de confiança na sua perspectiva econômica, o Brasil é o quinto país do mundo preferido pelo Investimento Direto Estrangeiro – mesmo neste ano em torno de 60 bilhões de dólares.
O momento é debater ideias, ir para as ruas, despertar e mobilizar o povo
O nosso dever, dos comunistas e demais forças progressistas e democráticas, é afirmar a nossa convicção de que o caminho iniciado em 2003 com Lula e continuado por Dilma é a alternativa consistente e viável nas condições atuais do Brasil e do mundo, para a construção de uma grande nação, soberana, democrática, solidária, de progresso social e integrada com seus vizinhos. Com a mesma convicção é preciso alertar e denunciar o que pretende Marina e a oposição. Neste momento, o PCdoB conclama os seus quadros, seus candidatos, sua militância, junto com nossos aliados e o povo, a defenderem o projeto de continuação das mudanças, reelegendo Dilma Rousseff.
É hora de despertar e mobilizar parcelas maiores do povo em torno das nossas bandeiras mudancistas, realizando sucessivos atos públicos por todo o país. É o momento das ruas, do debate de ideias, da comparação dos projetos, de desnudar as aparências e demonstrar os verdadeiros interesses e o sentido da disputa nacional nas eleições deste ano.
*Renato Rabelo é presidente nacional do Partido Comunista do Brasil - PCdoB


A quem serve, de fato, José Serra?

Não é de hoje que tenho chamado a atenção para a falta de um programa de governo que balize a candidatura oposicionista. Isto não pode passar despercebido na medida em que a história recente do país e o arco que sustenta a candidatura de Serra tem convicções cristalizadas sobre que país eles "sonham".

Na verdade, diante de um governo vitorioso e pautado por objetivos de natureza oposta ao de FHC, não é muito fácil para eles expor de forma clara os seus reais intentos . Daí a tentativa diuturna de desconstrução da imagem de uma figura pública da estatura de Dilma Rousseff.
 
É assim que os oposicionistas desenterram os piores expedientes possíveis para combater nosso campo, denunciando de forma evidente que para eles "democracia" e "liberdade de expressão" só tem serventia para determinados interesses, classes e segmentos da sociedade; uma "democracia" para apenas uma minoria da população; uma "democracia" que permita falar grosso com a Bolívia e estende tapete vermelho para interlocutores norte-americanos.
 
Eis a essência de extrema-direita da campanha tucana. Diga-se de passagem, que quando me refiro à "extrema direita" não estou me utilizando de uma simplificadora figura de retórica. Refiro-me a práticas políticas que remontam a pautas da Idade Média e práticas de governo para quem o Estado deve ser "mínimo" para a ampla maioria da população e "máximo" para os "investidores" estrangeiros, máximo para os banqueiros, máximo para os detentores privados do monopólio sobre a comunicação social e máximo – também – aos aparelhos de repressão a qualquer manifestação popular, seja ela simplesmente reivindicatória, seja ela voltada pela manutenção de conquistas genuinamente democráticas. Os tanques na rua contra os petroleiros logo no inicio do primeiro mandato de FHC, o assassínio a sangue frio de trabalhadores sem-terra e o festival de cassetetes contra professores em greve em São Paulo, são exemplos significativos dessa orientação.
 
Já durante o primeiro turno, deveríamos ter colocado claramente esta contraposição exposta acima. Porém, o segundo turno serviu – dentre outras coisas – para escancarar a visão de mundo da coligação de Serra. Se num primeiro momento eles esconderam FHC, agora essa figura ocupa seu espaço de guru ideológico, o homem que dá a linha política da oposição. E isso diz muita coisa, pois no concreto José Serra não foi somente o ministro da saúde de seu governo: foi o ministro do planejamento do que eles diziam ser "o maior programa de privatização do mundo".
 
Afora esse aspecto de soberba ideológica, para eles esse processo visava – também – o amortecimento da dívida pública brasileira. Mas vejamos: arrecadou-se cerca de US$ 100 bilhões com o fim de diminuir a dívida pública e tirar a nação de uma permanente "crise fiscal do Estado". O resultado foi o oposto, pois a dívida interna brasileira cresceu bem mais rápido que o PIB, passando de R$ 60,7 bilhões, ou 28,1% do PIB, em 1994, para R$ 633,2 bilhões, ou 50% do PIB, em 2001. A farsa da "estabilidade monetária" não se sustenta diante da geração de 12 milhões de desempregados, iniciando um processo de quebra do tecido social brasileiro sentida até hoje. Na verdade se propala "divergências" no núcleo de governo de FHC quanto ao problema das privatizações e da política monetária. Em tese, os fatos demonstram o contrário: existiam não divergências e sim um campeonato para ver quem era mais entreguista: José Serra ou FHC? Pedro Malan ou o presidente do BC de plantão?
 
Ele, José Serra, nos acusa de "apego ao passado" para atingir a candidatura de Dilma e que as privatizações não estão mais em pauta. A questão é a seguinte, quem define a pauta de José Serra (que buscou desesperadamente privatizar a Nossa Caixa)? É o próprio candidato ou o "esquemão" que sustenta a candidatura dele? Não sejamos ingênuos. A grande militância dele se sustenta na imprensa e, diga-se de passagem, a mais ultra liberal da América Latina. Daí José Serra ter recorrido à imprensa, no início da crise financeira internacional, para denunciar a "farra de gastos do governo" quando o certo, segundo suas próprias palavras, seria um "enxugamento radical destes gastos". Esse foi o dízimo pago por Serra para aparecer mais nos programas noticiosos da TV. Será que no governo, José Serra iria contra esse esquemão? Iria contra os possíveis beneficiários de um esquema de pré-loteamento do pré-sal para "investidores" estrangeiros? Iria contra o seu ideólogo FHC que recentemente em novo posfácio ao seu livro "Capitalismo e Dependência na América Latina" (escrito no início da década de 1960) para deixar evidente sua repulsa pelo "esquema" de inserção externa brasileira e simultaneamente elogiar a "abertura" mexicana? Somos nós, enfim, que queremos a "mexicanização" do Brasil?
 
Enfim, a batalha é dura e requer um grande esforço para desnudar as verdadeiras intenções que estão por trás da campanha de José Serra. 

Renato Rabelo é presidente nacional do PCdoB

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Rabelo: "Ficou flagrante que nem programa a oposição tem"

Com o início oficial do período eleitoral, aumenta a atenção de partidos e militantes para o embate de outubro. Na avaliação do presidente do PCdoB, Renato Rabelo, os comunistas – além de se voltarem para o projeto eleitoral do partido – devem se empenhar em “desmascarar” a candidatura de José Serra (PSDB). 

“Ele sabe que o governo Lula deu certo; então tenta aparecer como um candidato que continuará esse processo. Isso é uma empulhação, uma farsa”, argumenta.
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Abraço de afogado

A dificuldade da oposição de indicar o vice da candidatura Serra, apresentou um novo capítulo com a divulgação da pesquisa Datafolha no final de semana.

Como não havia mais condição de se manter a vantagem artificial de Serra, agora a grande mídia paulista pressiona os tucanos para que o ex-governador Aécio Neves seja o vice.

Na lógica dos setores mais conservadores, é preciso mostrar que a
candidatura da oposição é ampla o suficiente para ter um nome fora de
São Paulo. Mas o que a realidade mostra é justamente o contrário, os
tucanos podem ser forçados a lançar uma chapa puro-sangue, dado seu
isolamento.

Ao contrário de Dilma Rousseff, que construiu um arco de alianças amplo e representativo, José Serra está confinado dentro dos limites do PSDB, DEM e PPS.

Trata-se de uma manobra rechaçada pelos tucanos mineiros
que não vislumbram com clareza a viabilidade da candidatura Serra. Seria para Aécio um abraço de afogado.

Mas não podemos nos iludir, além destas siglas, a oposição conta
com o apoio renhido da grande mídia, que busca deseperadamente deter o crescimento, o desenvolvimento e o avanço que o Brasil terá com Dilma.

É hora de redobrarmos nossos esforços em cada empresa, cada fábrica,
cada bairro, cada cidade, cada estado para avançarmos.

Em abril PCdoB realiza ato público para oficializar apoio a Dilma


Na primeira quinzena de abril, em local a ser definido, o PCdoB vai realizar um ato público para anunciar oficialmente o apoio à pré-candidatura de Dilma Roussef à Presidência da República. Essa foi uma das três decisões aprovadas na reunião desta quarta-feira (3), na sede do PCdoB em Brasília, reunindo membros da direção executiva do PCdoB e do PT.

Francina Sena
Eleições 2010
Os dois partidos reafirmaram a convergência das legendas em torno do projeto eleitoral para 2010
Também ficou definida a constituição de uma coordenação conjunta de campanha por parte dos dois partidos para discutir a situação eleitoral nos estados. Segundo os dirigentes partidários, esse é o momento de “aparar as arestas”, embora admitam que os dois partidos são os que têm maior unidade no cenário nacional. Os comunistas vão se aliar em torno do campo de Lula e da pré-candidata Dilma Roussef em todos os estados da federação, o que demonstra a unidade da esquerda.

Os presidentes dos dois partidos – Renato Rabelo, do PCdoB e José Eduardo Dutra, do PT - reafirmaram a convergência das duas legendas em torno do projeto eleitoral para 2010, reinaugurando uma caminhada que vem desde 1989, na primeira candidatura de Lula à Presidência da República.