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Karaokê

Uma das coisas mais legais do mundo

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Obrigado, japoneses
Vivemos em tempos velozes. Acorda aqui e almoça em Xangai, a fugacidade feito um parasita estimulante vivendo nas costas, balançando os pezinhos ansiosos nos ombros.
Casa e carro e trabalho e creche dos moleques e academia e curso de quiropraxia ou Power Point. Resta ainda a vontade de ficar uma ou duas horas a mais para ver uma série ou filme ou lembrar como é a cara e a voz dela.
Não podemos mais errar. Um passo em falso lá se foram os nossos planejamentos babilônicos. Isso transpassa para o cotidiano.
No escritório, não há espaço para equívocos nos números. Falhar com as tarefas do lar rende pia cheia e sacolas de lixo acumuladas no fundo da casa. Cometa o pecado de faltar uma única vez no treino de corrida e lá se vão dois meses de firula até voltar a treinar algo.
Defeito, falha, imperfeição. Tudo descartado, lembranças pustulentas, mágoas do passado recente de ter errado, de ter feito errado. O crime que gera a culpa e não tem coisa pior do que tricotar uma colcha de arrependimentos por aí.
Esse lance de ser polido machuca e dá um nó na cabeça.
Agora imagine se houvesse um lugar onde se poderia, sem o menor remorso, errar. Mandar mal, ser relapso, impreciso, inexato. Tente montar na sua cabeça um lugar onde todos os que cometem deslizes são saudados, aplaudidos. Um lugar pra se levar os amigos e fazer cagada atrás de cagada e ganhar bebidas por isso e admiração e atenção?
Imagine só que você pode ser querido por fazer tudo errado.
Esse lugar existe, amigão. O Karaokê